sexta-feira, agosto 17, 2012

A Obsessão pelo melhor, por Leila Navarro.

Estamos obcecados com "o melhor".
Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do "melhor".
Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho.
Bom não basta.

O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com "o melhor".
Isso até que outro "melhor" apareça e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer.

Novas marcas surgem a todo instante.
Novas possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado, modesto, aquém do que podemos ter.
O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação permanente, num eterno desassossego.
Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter.

Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos.
Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários.
Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor tênis.

Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente.

Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência?
Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque é o melhor cargo da empresa?
E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto?
O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o "melhor chef"?
Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro?
O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo "melhor cabeleireiro"?
Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixados ansiosos e nos impedido de desfrutar o "bom" que já temos.
A casa que é pequena, mas nos acolhe.
O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria.
A TV que está velha, mas nunca deu defeito.
O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os homens "perfeitos".
As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar à chance de estar perto de quem amo...
O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem.
O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.
Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso?
Ou será que isso já é o melhor e na busca do "melhor" a gente nem percebeu?

Sofremos demais pelo pouco que nos falta e alegramo-nos pouco pelo muito que temos.
Shakespeare

Leila Ferreira é uma jornalista mineira com mestrado em Letras e doutora em comunicação em Londres, que optou por viver uma vida mais simples, em Belo Horizonte.

Expectativas, por Deise Barreto.



Segundo o dicionário expectativa nada mais é do que uma esperança fundada em promessas, viabilidades ou probabilidades.

Mas, será que toda vez que criamos expectativas sobre algo ou alguém, existiram promessas ou viabilidades?

Em alguns casos somos motivados mediante esperanças, mas na grande maioria não, nós criamos as expectativas, nós nos motivamos com esperanças despertadas do nosso íntimo, nos nossos desejos secretos.

Sou a favor de sermos motivados em tudo, termos otimismo, sempre olharmos o lado positivo de toda circunstância, seja diante de situações favoráveis ou desfavoráveis, quem vive assim, sofre menos perante aos resultados, do que o pessimista constante, aquele que sempre vê problema diante de um obstáculo e esmorece na ultrapassagem do mesmo.

É muito comum ouvirmos: Toda expectativa gera frustração...!
Não sou a favor de generalizarmos nada! Para muitas regras podem existir exceções... Sempre!
Mas, quando se trata de expectativas conscientes ou inconscientes, sem dose de racionalidade, de fato a probabilidade de frustração torna-se grande.

O que fazer quando a expectativa gerada transformou-se em frustração?

Penso que primeiro refletir se esse tipo de expectativa transformada em frustração tem sido frequente.
Viver somente na racionalidade, na defensiva trás transtornos, mas também ser emocional demais, sem um filtro, sem pés no chão, sem dúvidas acarretará problemas. Portanto, o ideal é o equilíbrio.
Ter equilíbrio é ser saudável. É saber definir agir pela emoção ou razão dada cada situação.
Porém, há fases onde podemos nos deparar com desequilíbrio emocional, por mais seguro e equilibrado que o ser humano possa ser. Isso ocorre quando o mesmo percebe que não tem controle sobre tudo e todos.

É prepotência demais achar que tem controle sobre todas as suas emoções ou não?
Até onde se tem controle sobre o que sente?
E controlar os sentimentos dos outros? Completamente impossível. Tem quem manipule situações diversas e quem se deixa manipular...

Mas, quando se trata de expectativas criadas, podemos ter sim nos deparado com promessas de outrem, promessas essas que podem te fazer sonhar, voltar a sonhar e crer na realização de desejos conscientes ou inconscientes. Mas, mediante a dor da decepção ou frustração, é necessário rever o que se passa dentro de ti.

Quais são os seus desejos?
Quais são os seus objetivos frente a sua vida?
Quem pode lutar pela realização de seus desejos, objetivos, sonhos??? Somente VOCÊ!!!
É claro que de frente para a sua carreira ou relacionamento ou metas, surjam expectativas, mas depende unicamente de ti analisar cada situação, perceber até onde algo depende de ti, do outro, de ambos e ter bom senso para agir de acordo com que você pode oferecer, lidar e realizar.

Quer ser promovido? Depende do seu chefe lhe dar a promoção. Mas, antes disso, depende de ti mostrar a ele que você é comprometido o bastante para conquistar a vaga e obter a promoção!
Quer ser feliz nas relações, sejam elas pessoais ou profissionais? Seja transparente, seja você mesmo, se respeitando, se amando, se valorizando, se admirando e fazendo por onde ganhar a confiança do outro. Seja feliz por si mesmo! Não coloque a sua felicidade sob a responsabilidade de outrem.
Atraímos o que emanamos.
Se as suas relações não tem te feito feliz, para e analise, olhe para dentro de ti e busque a resposta para a sua angústia, trabalhe a sua percepção, cuide da sua cabeça e do seu caminho... Não espere que alguém faça isso por você!