terça-feira, janeiro 17, 2012

Balada por Deise Barreto


Estamos vivenciando uma era onde temos mais conhecimento, mais facilidades, mais diversão e menos valores, menos relacionamentos duradouros e menos famílias estruturadas.

Os tempos mudaram...

Hoje homens e mulheres assumem cargos e salários compatíveis com seu grau de instrução, adquirem bens, batalham em prol da realização de seus sonhos e de repente se deparam com a solidão... Como diz Soseki Natsume “A solidão é o preço que temos de pagar por termos nascido neste período moderno, tão cheio de liberdade, de independência e do nosso próprio egoísmo”.

Frequentemente converso com pessoas maduras que hoje estão bem profissionalmente, que parte de seus objetivos já foram ou estão sendo alcançados, mas reclamam que no amor, nada acontece! E o mais interessante é que a maioria buscam se convencer do contrário na...

BALADA...

Homens cansados de ir para a balada e visualizarem várias mulheres seminuas, oportunistas que estão dispostas a uma boa noitada com eles em troca de bebidas e/ou viagens sem despesas. Eles se sentem atraídos pela beleza física, saem com elas mesmo sabendo que não é o tipo que eles buscam conscientemente. No entanto, quando estes homens encontram uma mulher inteligente, independente, madura e com valores, acreditam ter encontrado a parceira certa para casar, mas se assustam, muitos não sabem lidar, pois embora admiram e desejam esse tipo de parceira para compartilhar uma vida, ainda têm resquícios do machismo que deveria ter ficado no passado... Sentem-se inseguros, fora do controle e em muitos casos optam por se envolver com alguém que seja submissa, que o deixe sentir-se superior. Como se dentro de uma relação alguém tivesse que ser superior ao outro...

FATO. A grande maioria dos homens bem sucedidos admiram e temem mulheres bem resolvidas!

Como o contrário é verdadeiro. Muitas mulheres donas de si, que não sustentam a relação, que perdem a linha ao lidar com homens batalhadores e donos de si como elas, buscam na maioria dos casos inconscientemente parceiros ‘inferiores’ sejam na personalidade ou na profissão para poderem dominar a relação e decisões da mesma.
...
As mulheres que acabam se vulgarizando, nem sempre são oportunistas ou indignas, mas entram num modismo, numa competição com as outras mulheres e acreditam que só podem ganhar o olhar de um homem se estiver como as demais, por isso olhamos as vitrines das lojas recheadas de vestidos curtíssimos e colados.

Quando não as clínicas de cirurgias plásticas cada vez mais, cheia de garotas em busca de prótese de silicone, lipoescultura, porque não podem se apresentar nas festas badaladas sem atrativos da moda.

Vivemos um consumismo demasiado em prol da conquista.

Não sou contra a vaidade, a cuidar de si própria, de pessoas que sempre estão buscando se sentir bem através de cuidados da pele, corpo e cabelo, independente de ser homem ou mulher, mas atualmente uma grande maioria vive em prol disso, se preocupam tanto com o físico, mas deixam de lado a parte mental e espiritual. E nem sempre o cuidado com o físico tem a ver com saúde... Tanto que o uso de anabolizantes está mais comum do que antigamente.

Só somos saudáveis quanto encontramos o equilíbrio: fisicamente, mentalmente e espiritualmente.

É claro que não podemos generalizar, sou contra a generalização em qualquer situação ou assunto.

Existem homens e mulheres com autoconhecimento, que admira e busca de forma consciente um parceiro (a) que tenha as mesmas características, que visam caminhar lado a lado em prol de um mesmo objetivo, seres completos que buscam uma relação para somar, agregar e viver feliz!

Então, como explica as ‘baladas’ lotadas de pessoas maduras, inteligentes, com bom papo, bonitas, sozinhas e carentes? Elas próprias se rotulam como azaradas para o amor... Será que podemos chamar isso de azar? Outros dizem que é culpa das facilidades da contemporaneidade, onde as pessoas cansam de buscar o par ideal e se divertem com o que aparece.

A meu ver não, o que acontece é uma ambivalência desmedida, ao mesmo tempo que muitos querem alguém de tal forma, atraem pessoas oposto do ideal estabelecido. Nossas escolhas inconscientes nos traem, pois nem sempre o que acreditamos como ideal é o que damos conta, seja por insegurança, carência, baixa autoestima, traumas de relações passadas...

Como mudar isso?

Trabalhando a autopercepção, a autoestima e se autoconhecendo, porque no fundo só nós sabemos o que nos faz bem e feliz.

Enquanto o ser humano viver preocupado em agradar a sociedade, em entrar nas estatísticas, veremos muitos casamentos, pais e famílias falidas.

De repente o que faz tal pessoa feliz não é um casamento, a maternidade ou paternidade, mas insistem nisso porque precisam cumprir um protocolo. Os tempos, os valores mudaram, mas as cobranças da sociedade não e isso continua mexendo com as decisões e vida dos seres humanos!

Stephen Covey foi muito feliz nesta citação: O que você é, o seu caráter, comunica-se de modo muito mais eloquente do que o que você faz.


Se você muitas vezes se acha diferente do que a contemporaneidade lhe apresenta, não tenha medo de ser você mesmo, viva sua vida ao seu modo e sem dúvidas o seu estado de espírito FELIZ sobressairá. Não permita que seus valores se diluem, pense nisso!

3 comentários:

  1. muito bom seus textos! Realmente nos faz refletir e repensar em nossas atitudes! Parabéns

    ResponderExcluir
  2. Obrigada!
    Vale a pena repensarmos nossas atitudes, pois somos seres em contante transformação.
    Mudamos o tempo todo e quando aproveitamos as trocas, as relações onde aprendemos e ensinamos tendemos a evoluir! Abç.

    ResponderExcluir
  3. Parabéns pelo lindo trabalho!
    Sucesso...

    ResponderExcluir