quinta-feira, abril 23, 2015

Tempo Fitness

Venho observando que tem crescido consideravelmente o número de blogueiras fitness e de pessoas famosas com milhares de seguidores em suas redes sociais, onde publicam vídeos e fotos da alimentação (dietas) e atividades físicas.

Em tempo de alimentação errada, uso de alimentos práticos, mas pobres em nutrientes, aumento das taxas de colesterol, triglicérides, glicose em crianças, jovens, ou seja, qualquer idade. É. Foi o tempo que somente os adultos da melhor idade sofriam com esses problemas de saúde... À modernidade com toda loucura da falta de tempo que muitos vivenciam, com os inúmeros delivery de fast food, alimentos congelados e ricos em sódio que o supermercado nos oferece, sedentarismo e stress, a sociedade adoece.
Logo, que bom que há tantos blogs e famosos propagando uma vida saudável, regrada e fitness.

Mas, o que me preocupa é como a mídia pode ser manipuladora, e como as pessoas podem deturpar o real sentido da reeducação alimentar, das atividades físicas que trazem inúmeros benefícios aos seus adeptos.

Percebo que as blogueiras fitness, nem todas têm o conhecimento das nutricionistas. E parece que estamos vivendo a era do "pseudo-anoréxico". A mensagem implícita. A beleza deturpada. Foco: Eliminar a gordura, obter massa magra, definir abdômen, e secar, secar literalmente vendo.

Ouço de mulheres magras que elas precisam emagrecer. Não estou me referindo a falsa magra não. Homens e mulheres que vivem a base de batata doce e clara de ovo. Imagina o resultado (rsrsrs), brincadeiras à parte. Temo o excesso dessa juventude fitness.

Já escrevi anteriormente sobre vaidade e o transtorno dismórfico corporal, mais conhecido como dismorfofobia, se caracteriza por defeitos mínimos que as pessoas encontram em sua face ou no corpo, ou seja, uma percepção distorcida da imagem corporal.

A ansiedade leva muitas pessoas a comerem compulsivamente acarretando obesidade e diversas doenças, como também leva atualmente muitas pessoas ao excesso de atividades físicas e dietas pobres de nutrientes, da falta de acompanhamento de um bom profissional nutricionista, endocrinologista e em muitos casos de um bom psicólogo que vai tratar dessa ansiedade e compulsão.

Sou a favor da reeducação alimentar, da alimentação saudável e das atividades físicas, pois os benefícios são inúmeros. Sedentarismo, sobre peso, uso de álcool e tabagismo afetam a qualidade de vida, e com o stress em todos os campos dessa vida moderna muitos acabam envelhecendo com a saúde precária.

Mas, cair na ideia de que por beleza, por estética vale qualquer sacrifício, pode estar criando mais problemas no âmbito psicológico, fisiológico e biológico.

Pensem nisso.

Por Psicóloga Deise Barreto

quinta-feira, abril 16, 2015

Imediatismo

A sociedade está carente por imediatismo.

Quer emagrecer, encontrar um grande amor, juntar um montante, comprar isso, aquilo, fazer a viagem dos sonhos... Para ontem!

Independente de qual objetivo que almeja alcançar, há a pressa!
As pessoas vivenciam uma pressa absurda.
Quer e quer agora. A ansiedade em esperar chega a adoecer o indivíduo que após decidir "querer" precisa sentir o prazer do conquistado, muitas vezes de imediato.

Nós humanos tendemos a viver insatisfeitos. Após uma conquista vem logo outra pegando carona e nos motivando a desejar mais.
Não vejo mal algum nessa atitude. Para mim triste é e pode tornar doentio o fato de o indivíduo viver sem pulsão de vida, sem entusiasmo, vontades e desejos.
É preciso querer e fazer por onde obter a satisfação do desejo. Mas no imediatismo complica!
Ansiedade gera angústia, angústia não trabalhada, não elaborada se transforma em doenças.
Se até ontem você comia como se o mundo fosse acabar, não adianta fazer a matrícula na academia, dar início à pratica de esportes, começar uma reeducação alimentar e depois de um mês ficar frustrado diante do espelho porque ainda não está com o corpo dos sonhos...
Da mesma forma que se você nunca poupou qualquer valor e começa gradativamente a guardar um percentual do seu salário na poupança, não será em três meses que tudo estará diferente...
Quer encontrar alguém, viver um novo relacionamento, mas não se permite sair, conhecer pessoas, olhar e deixar ser olhado...

Para cada objetivo e desejo é preciso o querer e discernir em como conquistar, realizar o ensejo. E então batalhar em prol, mas sabendo esperar, não atropelando o passo a passo, a mudança de hábitos...

Lembre-se imediatismo e ansiedade tem uma linha bem tênue. Mas para a ansiedade há tratamento, que bom!

Por Psicóloga Deise Barreto

Sem filhos por opção

Tudo que foge ao padrão estabelecido pela sociedade causa estranheza.
Tanto é que um jovem casal sempre vai ser questionado: Quando vêm os filhos?
Isso mesmo a pergunta geralmente é feita no plural.
Mas se a resposta for: Não queremos filhos! Não teremos filhos!
Vem o olhar de surpresa com perguntas ou argumentos com intuito de fazê-los mudarem de ideia!

- Vocês não podem?! Adota!
- Ah, já sei, não quer estragar o corpo, adota! Tantas crianças esperam por um lar cheio de amor...
- Vocês vão se arrepender quando ficarem velhos! Quem vai cuidar de vocês?
- Não acredito! Você amam crianças! Um lar sem crianças não tem alegria!

A sociedade cobra constantemente das pessoas que entrem nas estatísticas e falta compreensão por parte de uma maioria quando alguém foge à regra.

Se um casal em comum acordo opta por não ter filho, não quer biológico, nem adotado. Uma mulher que não tem o desejo de ser mãe não o terá porque está pensando no corpo, pois a maioria sabe que a gravidez não lhe trará prejuízos para o físico, exceto se houver um descuido que pode acarretar danos se tornando ou não mãe. Filhos também não é garantia de ter cuidadores na velhice, filhos são para o mundo, e sendo criados num lar com amor terá melhor base para viver com autonomia na vida adulta, e apesar dos laços afetivos terão vida própria que nem sempre será perto dos pais. E quanto a amar crianças, o fato de não querer filhos, nada tem a ver com falta de sentimentos. São escolhas!

O casal... Podem ser pessoas muito afetuosas, mas não veem espaço na vida deles para crianças, curtem os filhos dos familiares, amigos, levam para passear, brincam, dão amor, mas não querem esse tipo de responsabilidade para eles, prezam pela liberdade, individualidade entre outras coisas. Cada casal terá sua opinião frente à escolha de não terem filhos e cabe a sociedade respeitar.

Crianças precisam de lares e pais dispostos a recebê-los com amor, maturidade, dedicar tempo com qualidade, preparar indivíduos para o mundo, administrar tempo, adequar rotina, carreira para que o filho possa ser amado, criado e educado pelos pais, não por terceiros durante 24h.

Atualmente é comum dentro e fora do consultório lidar com pessoas em conflitos, pois sentem a pressão da sociedade com cobranças, o relógio biológico lembrando e a dúvida, quero ter um filho ou preciso ter um filho?

Existe uma grande diferença entre querer ser mãe e pai porque desejam construir uma família, preparar um pequeno ser para o mundo, poder viver um amor incondicional mesmo sabendo que muitas coisas mudarão após a chegada de um filho, mas estarem dispostos a enfrentarem todas mudanças e se adaptarem às mesmas ou ter um filho porque a família cobra, porque os amigos todos são pais ou estão se tornando, o assunto entre a turma é somente este, porque faz parte dos ciclos, e terão avós apaixonados para cuidarem, e terceirizar a criação não será problema.

Ter um filho é uma decisão muito séria. Quem não quer pontua todas as vantagens e quem quer ou tem também descrevem as renúncias e os ganhos, sobretudo o amor incondicional.

O importante e fundamental é a decisão independente de qual, partir do comum acordo.

Se o casamento não está bem, serão filhos que vão melhorar o quadro?
Filhos também não é garantia de casamento feliz e duradouro.
Muitos conflitos e conteúdos íntimos não elaborados precisam ser tratados antes de ter um pequeno ser dependente de ti. Porque o emocional em muito influenciará na constituição do sujeito.

A atualidade com toda modernidade nos permite obter esclarecimentos sobre tudo e o respeito pelo próximo é fundamental, portanto a sociedade hoje é construída com personalidades distintas, e os sem filhos por opção também são felizes.

E você? É feliz com a sua escolha?

Se a resposta é sim. Que bom!

Se for não ou há conflitos sobre as escolhas que precisam ser feitas. Que tal buscar ajuda!?

Por Psicóloga Deise Barreto

#consulteumpsicólogo

Por que psicólogo não pode atender parentes e amigos?

Vamos refletir:

Já ouvi de amigas: Você deveria me atender, confio em você e será mais fácil! Não vou confiar em outro psicólogo.
Ledo engano!
Eu não atendo meus parentes, nem meus amigos e nem familiares diretos de pacientes (mãe, pai, esposa (o), namorada (o), irmã(o), caso o paciente esteja em tratamento).
Por que?!
Eu até poderia separar as coisas, mas e o paciente?
No setting terapêutico o paciente irá desnudar a alma, sem a preocupação de ser julgado, criticado ou rotulado. Está ali para ser compreendido, para tratar a percepção e elaborar traumas!
Quem não tem algo tão íntimo que não expõe a ninguém?
Mas na psicoterapia com vínculo estabelecido acaba falando... E tem que falar! Se não confiar no psicólogo e se não rolar vínculo, não flui...
Agora vamos supor atender um amigo. Vem meu amigo que está com problemas com o casamento... Por mais ética, profissional que eu seja, ele vai falar tudo que o angustia e depois me verá no churrasco do fim de semana bebendo com a esposa dele naturalmente?
Ou se eu atender a minha cunhada... Ela vai expor o esposo, a sogra para mim tranquilamente?
Atender o filho da minha amiga e na sessão de orientação a ela, ela vai separar a Deise amiga, da Deise psicóloga?
Uma coisa... Sou eu Deise amiga ou parente que ouve, que dá opinião quando pedido ou orienta, tira dúvidas em algo que compete a minha profissão... Outra coisa é a Deise dentro do consultório. Minha relação com os pacientes é profissional, não somos amigos! Sofro junto, vivo relações de trocas, aprendo e ensino, sou humana, sou sensível, ouço com coração, vibro junto, torço e aprendo a amar cada ser que vem de encontro a mim tratar de seus conflitos!
Mas não falo sobre a minha vida! Não saio junto, não vou a casamento, aniversário ou qualquer outro evento!
Essa distância é importante! A projeção, a transferência e a contratransferencia fazem parte do tratamento.
Não posso me contaminar... Como vou atender o namorado da minha paciente ou a irmã separadamente?
Eu sei lidar!
Mas ela saberá?
Fácil... Falar sim!
Mas depois a situação muda.
Reflita a respeito.
Nós psicólogos, não vivemos analisando tudo e todos! Temos vida gente!!! rs
Mas confesso que temos um olhar diferenciado, é claro!
Faço uma leitura frente ao que vejo em família ou com amigos, percebo muitas coisas... Mas, não me cabe tratar isso. Ajudamos quem quer ser ajudado!
Se tenho alguém próximo em sofrimento, e o mesmo me pede ajuda, faço pensar, oriento, mas não o trato como paciente, indico um colega.
Muitos pedem ajuda, mas se sentem envergonhados depois... Complexo.
Posso ajudá-los ou irei criar mais angústias na vida desses indivíduos se além de parente, amiga me tornar a psicóloga deles???
Não dá para ser bom no que faz visando o financeiro. Perde-se muitos pacientes. Mas a ética e o sucesso do bom trabalho em primeiro lugar!
Agora quando se trata de cidades pequenas, o psicólogo não vai atender ninguém???
Se não tem vínculo, atende!
Ou todos são amigos???
Eu não teria a cidade toda frequentando minha casa se fosse o caso.
Posso atender a minha vizinha. Moramos no mesmo condomínio, mas não temos vínculo, apenas, bom dia, boa noite.
Mas se ela mentir que não irá comparecer a sessão porque está doente e depois eu encontrá-la no estacionamento chegando com sacolas do shopping, quem ficará sem graça?
Ok ok... Trabalharemos sobre isso na próxima sessão rs

Pensem nisso!

Por Psicóloga Deise Barreto

Refletindo sobre limites e permissividade

Durante a nossa vida adulta e independente de que área da mesma, nem sempre ouvimos somente o sim que desejamos.
Por que então acreditar que as crianças não podem ouvir não?
Crianças desde muito pequenas podem e devem ouvir o não.
Primeiro porque crianças precisam de limites e segundo porque o mundo não irá satisfazer todos os desejos delas, o não acabará sendo natural, seja na escola, no trabalho etc.
Uma criança que não ouve em casa o NÃO, que desde cedo não sabe respeitar as regras e os limites impostos pelos cuidadores, crescem com a falsa ideia de que podem tudo, e ao se deparar com os nãos da vida viverá a frustração, podendo então desencadear uma postura de delinquência...
A permissividade dos pais acaba ganhando uma conotação negativa.
Para impor limites não é necessário agressividade, é possível dar limites com amor, a criança precisa ser muito amada, e desde o início os pais entenderem que com a chegada do bebê o mesmo precisa se adaptar a casa, aos pais e às regras. Não o contrário.
Um bebê não tem discernimento, mas percebe tudo e com o passar dos meses entende e se constitui de acordo com a maternagem oferecida.
Ele é totalmente dependente e são os pais, principalmente a mãe quem irá apresentar o mundo a este pequeno ser.
Se a mãe ou pai só ensina gritando é outro problema! Os filhos são reflexos dos modelos que são os pais.
Por exemplo: Hoje eu estava em uma sala de espera de um hospital e lá tinha um pequeno espaço com brinquedos para entretenimento das crianças. Duas crianças, de três e quatro anos foram brincar... O menino, menor, simplesmente começou com muita agressividade jogar todos os brinquedos como se quisesse destruí-los, a irmã queria brincar e então começaram a brigar, gritavam muito alto, jogavam os brinquedos, choravam e gritavam ao mesmo tempo. Era um escândalo. Crianças saudáveis gritam mesmo, brigam, mas ali estava fora do normal. A mãe presenciava tudo, mexia no celular e às vezes, dizia alto quase gritando: "Para de gritar, fulana* deixa o seu irmão brincar sozinho..."
Só chamava a atenção de um.
Fiquei observando por uns cinco minutos.
A mãe percebeu que todos olhavam e quando a chefe da recepção foi até lá porque a gritaria estava chamando muito a atenção de todo o espaço, a mãe falou:
"Ai eles gritam muito"! Sorrindo.
Fiquei a me perguntar:
Gritam muito por que só dessa forma chamam a atenção da mãe?
Gritam muito por que não estão acostumados a ouvir nãos e desconhecem limites?
Gritam muito por que em casa convivem com adultos que só resolvem as coisas nos gritos?
Sabe, o mundo anda tão violento, tantas coisas acontecendo, crise disso, crise daquilo...
Se cada um fizer sua parte, se dentro de cada lar as crianças encontrarem respeito, amor, harmonia a tendência é se tornarem cidadãos de bem que verão e viverão nas ruas a continuação do que vivem em casa.
Pais querem brigar, discutir um assunto, o faça no quarto distante dos filhos. Não permitam que eles cresçam presenciando brigas e gritarias.
Não se consegue impor limites com agressividade.Com amor dói menos e é melhor digerido.
Paciência após um dia estressante é difícil, mas procura se policiar. Crianças são crianças.
O que acontece dentro de um lar fixa na mente dos pequenos, acarretam traumas!
Ouvi de uma menina de dez anos recentemente que quer ser aventureira quando crescer, conhecer o mundo e não casar, muito menos ser mãe.
Perguntei por que?
Ela respondeu que casamento causa tristeza, brigas e quem mais sofre com isso são os filhos.
Que triste visão essa menina carrega, pois vive em um lar com muitas brigas, gritarias, ciúmes...
Como fala uma frase conhecida que desconheço a autoria: ... Todos querem um mundo melhor para os filhos, que tal deixar filhos melhores para o mundo?

Por Psicóloga Deise Barreto