quinta-feira, outubro 31, 2013

Cuidado! O stress do trabalho pode destruir sua vida.

Sigmund Freud dizia: “Não posso imaginar que uma vida sem trabalho seja capaz de trazer qualquer espécie de conforto. A imaginação criadora e o trabalho para mim andam de mãos dadas; não retiro prazer de nenhuma outra coisa”. Concordo com Freud e penso assim, desde que saibamos dosar a energia despendida para o trabalho que escolhemos desenvolver em nossa vida! É de extrema importância o trabalho na vida do indivíduo. “Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida”. Confúcio foi muito feliz nesta citação. Quando nos encontramos em uma profissão, estudar, trabalhar é prazeroso e o sucesso, acaba sendo consequência. Mas, a inteligência emocional em muito influenciará, como tudo na vida!

Fica perceptível para mim diante da escuta clínica e da observação em ambientes profissionais, que independente da escolha profissional, do acerto na mesma, o nível de stress tem aumentado em várias áreas.

O stress é a resposta fisiológica, psicológica e comportamental de um indivíduo que procura se adaptar e se ajustar às pressões internas e/ou externas. Essas pressões vivenciadas no dia a dia, no âmbito profissional vão potencializando ao ponto de adoecer o indivíduo e afetar o seu relacionamento familiar, por exemplo.
Atualmente se pesquisarmos quantos profissionais tem se afastado do trabalho por problemas psicológicos acarretados pelo stress, o índice é altíssimo. Como exemplo, entre educadores e bancários.

Para vivermos de maneira saudável, precisamos viver com equilíbrio. Despender a nossa energia de acordo com cada área da nossa vida, é um bom começo. Tem o momento de ser e vivenciar o profissional, a família, as amizades e ter outras ocupações além do campo profissional, justamente para equilibrar a energia despendida. Quantos profissionais passam quase 20 horas fora de casa envolvidos com o trabalho? A resposta pode lhe surpreender, mas muitos. E temos também os casos onde o profissional trabalha apenas as suas 8 horas diárias, mas com um nível de pressão tão grande que propicia uma fadiga ao final do dia, tornando o incapaz de ter energia para qualquer outra tarefa e é aí que a doença aparece.

Vale ressaltar que a pressão interna em muitos casos acaba sendo maior que a externa, e tão potencializadora que imobiliza o indivíduo, cabe buscar ajuda profissional para tratar isso, quando não consegue por conta própria.

Temos outro lado, onde buscar no trabalho a fuga para deixar de pensar em problemas de ordem pessoal, o que também contribui para a estafa mental, o stress, a doença.

E você?

Em que nível coloca o trabalho na sua vida?

Enquanto tivermos saúde para trabalhar e se fizermos com prazer é válido toda a energia colocada em prol, além de vivermos com mais conforto, realizarmos sonhos, mas desejar que o dia se transforme em 30 horas para dar conta de todo o trabalho, deixando de lado a qualidade de vida, os demais prazeres que a vida nos proporciona ao lado da nossa família e amigos, cuidando da mente e corpo, é hora de parar e repensar em que consiste a sua vida.

Viva com saúde e com qualidade, para sermos eficientes e eficazes é preciso manter o equilíbrio em qualquer área da nossa vida. Pense nisso!

Deise Alves Barreto, psicóloga clínica e psicossomatista.
psicologa.deise@gmail.com / www.psi-deisebarreto.blogspot.com

Texto elaborado para a sessão família da revista Bem Mais Osasco, edição Nov/2013.

Receba o amor por Tadashi Kadomoto

Como vocês se relacionam com o amor?
Ser Inteligente Emocionalmente é saber lidar com a sua afetividade e com a afetividade do outro.

Reflita: Você consegue demonstrar com facilidade o seu amor? Você se permite receber amor?

Acredito que para amar é necessário se ENTREGAR. E isto significa deixar de ficar analisando e se apegando a velhos preconceitos.

Amar é ter a coragem de dar um salto no abismo; É acolher o novo com alegria e o coração aberto.

Quantas vezes nos relacionamos afetivamente com alguém e queremos manter o controle, querendo que as coisas aconteçam da nossa maneira?

Isto não é entrega, isto não é amor…

Ser amado e amar significa entrega e intimidade, isto é, estar em sintonia com os sentimentos e emoções do seu parceiro(a).

Muitas pessoas tem medo de se entregar imaginando que irão perder a individualidade…

Confie e se entregue.

Porque na entrega nos tornamos transparentes para o outro, tiramos as nossas máscaras e isto possibilita que o ser amado nos veja e sinta exatamente como verdadeiramente somos.

“A confiança é o suporte básico para a entrega e necessita ser mútua”.

(Tadashi Kadomoto)

quarta-feira, outubro 16, 2013

COMO SALVAR NOSSAS CRIANÇAS DO CONSUMISMO

A infância é um período de desenvolvimento físico, mais do que isto, é um período onde o ser desenvolve-se psicologicamente, envolvendo graduais mudanças no comportamento e nas bases de sua personalidade. Se compararmos a infância em décadas anteriores ao ano de 2000, perceberemos muitas mudanças. Tempos atrás as crianças viviam sua ingenuidade, espontaneidade, como constatou Winnicott, pediatra e psicanalista inglês, a importância do brincar e dos primeiros anos na construção da identidade pessoal. Como também a importância do ambiente. A criatividade é de extrema importância no brincar, a partir disto, o indivíduo cria subsídios para dar conta de muitos aspectos ao longo da vida.

Na contemporaneidade o consumismo desenfreado toma conta da vida dos adultos e da realidade infantil. Crianças e adolescentes trocaram brincadeiras e brinquedos simples por eletrônicos ou por uma vida de imitação dos adultos. Hoje, é comum trocar a festa com tema infantil pela festa infantil no cabeleireiro, uma cirurgia plástica no lugar da festa de debutante. Meninas com o desejo de ser mulher precocemente e de forma mais intensa que antigamente.

Crianças comprometidas, além da escola, com o curso de idiomas e com esportes, entretenimentos no Ipad ou Xbox, sem contar o celular moderno, que não pode ficar para trás diante dos colegas da escola. Enfim, o ser humano sempre foi competitivo, desde que o mundo é mundo, as crianças sempre quiseram brinquedos bacanas como os dos amigos, mas o limite, penso, era imposto mais acertadamente em décadas passadas.

As crianças podiam até se frustrar, mas a frustração é necessária para a estruturação da personalidade. O NÃO é importante e antigamente era dito com mais frequência, os pais explicavam que nem tudo que se quer se pode ter ou pelo menos, não naquele momento. Pais até presenteavam os filhos, mas em uma data especial e se realmente fossem merecedores. Atualmente vemos pais que trabalham muito e abrem mão de muitas coisas para deixar o filho ‘na moda’. Os pais estimulam os filhos ao consumismo e a uma briga de egos. “Meu filho estuda em tal escola, pratica tal esporte, possui tal eletrônico...” Pais competem e filhos reproduzem essa competição. Vivemos a era do imediatismo. O que por um lado beneficia os pais. “Trabalho muito e não tenho tempo para lhe dar atenção. Dou eletrônicos e você me deixa em paz!”.

Com o mercado aquecido, homens e mulheres inseridos, com mais oportunidades de proporcionar ‘coisas’ aos filhos, que se adaptam com a tecnologia e com presentes, enquanto se perdem a brincadeira, a troca espontânea, a conversa, a família à mesa do jantar, a reunião para assistir a um programa na sala, é mais cômodo cada um ir para o seu quarto assistir a sua televisão ou mexer no seu notebook. O consumismo acaba sendo um ganho secundário para ambos, pais e filhos, mas a essência da família vai se perdendo e a ‘falta’ do que realmente importa é nítida no vazio de muitas relações.

Deise Alves Barreto, psicóloga clínica e psicossomatista.
psicologa.deise@gmail.com / www.psi-deisebarreto.blogspot.com


Texto elaborado para a sessão Família da Revista BMO - edição Out/13.

segunda-feira, setembro 02, 2013

Avós - O maior amor do mundo

Avós

O maior amor do mundo



Certa vez, li uma frase do Victor Hugo que dizia:“Há pais que não amam os filhos, mas não existe um só avô que não adore o neto”. Então, parei para refletir sobre os avôs e avós contemporâneos.

Vivemos em um tempo onde muitos casais optam por ter seus filhos mais tarde, após estarem estabilizados financeiramente. E quando isso acontece, a maioria dos avós já está na terceira idade, o que nos países desenvolvidos se considera a partir dos 60 anos.

Nascemos, crescemos, amadurecemos e morremos... Eis a lei da vida. E a grande missão dos pais é envelhecer e partir após os filhos estarem casados e amparados. Quantas vezes ouvimos a frase: “Agora que o meu/minha filho(a) se casou, posso descansar, a minha missão está cumprida!”. Ledo engano. Porque tempos depois, vêm os netos!

Para um homem ou mulher maduros, que pensam que a missão já foi cumprida após se aposentarem e verem os filhos seguros, poder participar do nascimento de um neto e conviver com eles, é sentir que podem e devem viver mais e melhor, que a vida não está concluída. Há muito a ensinar e a aprender!

O senso comum afirma que avós são pais duas vezes, é amor dobrado. Eu vou além, os avós despendem uma energia fantástica para curtir os seus netos, muitos estão dispostos a amar e cuidar além de suas forças, o que antes do nascimento deles era impensável. Pode existir amor mais puro?

Fica inteligível que os avós, em muitos casos, quando tiveram os seus filhos não puderam oferecer-lhes tempo e energia para brincar e curtir a paternidade e/ou a maternidade. A maioria ficava muito tempo fora de casa trabalhando para criá-los.

Quando chegam os netos após a aposentadoria, por exemplo, ficar com eles é a maior distração, seja cuidando diariamente para que os pais trabalhem ou curtindo os finais de semana. É poder fazer tudo que não fizeram com os seus filhos e em muitas circunstâncias livres da responsabilidade de educar e criar rigidamente. Mas com aqueles velhos e sábios conselhos de quem tem muita experiência de vida!

Lembrando também que muitos avós são pais, além de avós, seja pela morte ou abandono dos pais, precisaram “reaprender” a cuidar de bebês e sem dúvida o fazem com excelência por tanto amor por aquele pequeno ser que é a única certeza de que a vida é eterna naquele que amamos.

Felizes dos que têm o privilégio de verem os seus pais envelhecerem, de poder dar netos a eles e dos netos que convivem desfrutando do maior amor do mundo... O Amor dos avós para com os netos!

Texto elaborado para a sessão Família da Revista Bem Mais
http://www.revistabemmais.com.br/revista.asp
1/9/2013

sexta-feira, agosto 02, 2013

Meu pai. Meu herói. Os desafios de ser “pai” no mundo atual!

Meu pai. Meu herói.


Os desafios de ser “pai” no mundo atual

É perceptível, na contemporaneidade, pais mais presentes e participativos na vida dos filhos, independente de estarem casados ou
não com as mães. O número de mães que atuam profissionalmente e despendem boa parte do seu dia à carreira, é altíssimo; assim como o número de crianças que possuem duas casas.

Com o grande número de nascimentos, filhos de relações casuais ou da separação de casais, a tendência para a divisão de cuidados
destinados aos filhos são relativamente grandes comparados ao passado. Portanto, pais mais acessíveis, visto que outrora eram
apenas provedores e deixavam para as mães os cuidados diários. No entanto, com as mudanças dos últimos tempos esta característica
ganhou nova realidade.

Nas clínicas psicológicas é comum filhos(as) admitirem o quanto são amigos de seus pais, até por ter a liberdade para falar sobre qualquer assunto, o que antes era mais comum na relação com as mães.

Os pais estão mais participativos desde o momento da concepção. Compram enxoval, assistem o parto, dão banhos, trocam fraldas,
dão mamadeiras, acordam a noite; além de levarem ao médico, ir às reuniões escolares, brincarem, ajudarem na lição de casa e automaticamente oferecerem afeto e atenção nos bons e maus momentos, o que contribui para a estruturação da personalidade da criança e a da subsídios para um relacionamento mais próximo e amoroso ao longo da vida dos filhos.

Quando o pai é presente e afetuoso, morando ou não na mesma casa, a relação amiga e o sentimento de proteção tendem a se internalizar no filho que utilizará este exemplo e o reproduzirá ao tornar-se pai ou mãe. Muitos casais preocupam-se em dizer o que é certo aos filhos e esquecem de que o maior ensinamento é o exemplo dado com as suas próprias atitudes.

Se ensinar ao seu filho que mentir é inadequado e mesmo assim mentir, quando por exemplo, não quer atender alguém, estará ensinando-o que mentir não é legal, mas que pode fazê-lo; se demonstra à criança que precisa trabalhar muito para presenteá-lo com os melhores eletrônicos, eles aprenderão que ser pai é ser ausente, é ter dinheiro e poder comprar coisas.

Só pode dar amor, quem recebeu amor! Só pode ser honesto, quem conviveu e presenciou exemplos de honestidade! Só tem limite, quem recebe limite! Hoje é mais fácil dar uma boa estrutura aos filhos em todos os sentidos, mas o que vai ser internalizado por eles e o que poderão reproduzir com os seus netos será o limite imposto, a sabedoria adquirida, os valores e princípios vivenciados e aprendidos com a convivência, rica de bons exemplos e afeto.

Somente desta maneira eles poderão amadurecer dizendo: Meu pai! Meu herói! Meu grande exemplo de ser humano!

Texto elaborado para a sessão Família da edição 25 da Revista Bem Mais Osasco.
http://www.revistabemmais.com.br/
https://www.facebook.com/BemMaisOsascoRevista?fref=ts

Deise Alves Barreto, psicóloga clínica e psicossomatista.
psicologa.deise@gmail.com / www.psi-deisebarreto.blogspot.com

01/08/2013

sábado, junho 01, 2013

Especial Mês dos Namorados: Amor, sempre Amor.

Amor, sempre Amor

Para durar é preciso se reinventar e tolerar

Após relacionamentos destrutivos e desfeitos, é muito comum ver pessoas desiludidas, frustradas e sem nada a fazer para reverter a situação ou pelo menos para cuidar do coração acomodado e/ou magoado.

Que tal sair da posição de conforto? A vida é muito mais! Precisamos passar por experiências boas e ruins para amadurecer. Uns passarão por mais decepções que outros, mas se receber tudo como aprendizado, a vida fica mais leve!

“Não fuja, não crie bloqueios, não se acostume com a infelicidade.“

Não sou a favor dos que ficam juntos por ficar mantendo relações falidas, de conveniências e ou de interesses. Mas, é preciso abrir o coração ao novo, caso esteja em uma relação que lhe oprima. A palavra chave é: PERMITA-SE. As pessoas e suas histórias são diferentes. Cada romance é um romance! Não fuja, não crie bloqueios, não se acostume com a infelicidade. PERMITA-SE! Se machucar o coração novamente? Paciência. Uma hora o amor acontece e quando dois buscam este objetivo, magicamente tudo se completa com paz, cumplicidade, respeito e parceria.

Temos o outro extremo, quando há amor entre o casal, com pouco ou muito tempo de história, com filhos ou não, mas ainda assim se separam por não tolerar mais os defeitos e manias um do outro ou porque a rotina tomou conta da relação, enxergam na separação a solução de todos os problemas. Consequentemente buscam um novo par, imaginando que este novo amor atenderá suas expectativas. Buscando no outro a realização de desejos pessoais, como fazer uma viagem, mudar de casa, entre outros. Vivendo uma falsa impressão de que tudo se resolve facilmente. Ou seja, o que aquele amor não me proporcionou este há de proporcionar.

Mas, já que são necessárias mudanças... Que tal fazê-las com o mesmo(a) companheiro(a)? Se existe rotina, porque não buscar melhorias com quem está ao seu lado e já tem uma história contigo? Geralmente, a intolerância é o fator que mais atrapalha os casais. E quem garante que com um novo par não ocorrerá à mesma insatisfação? No início, toda relação é de sedução e conquista, por que não seduzir sempre? Renovar a chama da relação, recomeçar e recomeçar, quantas vezes for necessário?

Eu desejo AMOR a todos... Entre os namorados, noivos e casados. Que sejam sempre amigos, parceiros, amantes e felizes. RESPEITANDO, sobretudo a individualidade do outro. E aos solteiros, desejo que o amor os encontre e mostre que vale a pena!

A solidão é triste! Envelhecer só é triste! Mas, a opção será sempre sua. Afinal, não dependemos de ninguém para SER FELIZ! Mas, ter alguém para caminhar lado a lado, pode sim te fazer uma pessoa melhor. Não busque perfeição, não existe! Afinal, você também tem defeitos. Procure alguém com objetivos, gostos e até valores parecidos com os seus. Quanto ao futuro? Este será construído aos poucos, baseado em admiração, respeito e confiança.

Como diz, Samuel Johnson: O casamento ocasiona múltiplas dores, mas o celibato não oferece nenhum prazer. Pense nisso!

Deise Alves Barreto é psicóloga clínica e psicossomatista.
psicologa.deise@gmail.com
www.psi-deisebarreto.blogspot.com

Texto elaborado para a Edição 24 da Revista Bem Mais Osasco.
31/5/2013

http://www.revistabemmais.com.br/index_desessao_det.asp?cod_sessao=422

quarta-feira, março 27, 2013

Meia, Meia ou Meia (Muito bom!!!).

Trocando Seis Por Meia Dúzia

O português praticado no Brasil não é para amadores, nem puristas...

Na recepção dum salão de convenções, em Fortaleza:

- Por favor, gostaria de fazer minha inscrição para o Congresso.
- Pelo seu sotaque vejo que o senhor não é brasileiro. O senhor é de onde?
- Sou de Maputo, Moçambique.
- Da África, né?
- Sim, sim, da África.
- Aqui está cheio de africanos, vindo de toda parte do mundo. O mundo está cheio de africanos.
- É verdade. Mas se pensar bem, veremos que todos somos africanos, pois a África é o berço antropológico da humanidade...
- Pronto, tem uma palestra agora na sala meia oito.
- Desculpe, qual sala?
- Meia oito.
- Podes escrever?
- Não sabe o que é meia oito? Sessenta e oito, assim, veja: 68.
- Ah, entendi, meia é seis.
- Isso mesmo, meia é seis. Mas não vá embora, só mais uma informação: A organização do Congresso está cobrando uma pequena taxa para quem quiser ficar com o material: DVD, apostilas, etc., gostaria de encomendar?
- Quanto tenho que pagar?
- Dez reais. Mas estrangeiros e estudantes pagam meia.
- Hmmm! que bom. Ai está: seis reais.
- Não, o senhor paga meia. Só cinco, entende?
- Pago meia? Só cinco? Meia é cinco?
- Isso, meia é cinco.
- Tá bom, meia é cinco.
- Cuidado para não se atrasar, a palestra começa às nove e meia.
- Então já começou há quinze minutos, são nove e vinte.
- Não, ainda faltam dez minutos. Como falei, só começa às nove e meia.
- Pensei que fosse as 9:05, pois meia não é cinco? Você pode escrever aqui a hora que começa?
- Nove e meia, assim, veja: 9:30
- Ah, entendi, meia é trinta.
- Isso, mesmo, nove e trinta. Mais uma coisa senhor, tenho aqui um folder de um hotel que está fazendo um preço especial para os congressistas, o senhor já está hospedado?
- Sim, já estou na casa de um amigo.
- Em que bairro?
- No Trinta Bocas.
- Trinta bocas? Não existe esse bairro em Fortaleza, não seria no Seis Bocas?
- Isso mesmo, no bairro Meia Boca.
- Não é meia boca, é um bairro nobre.
- Então deve ser cinco bocas.
- Não, Seis Bocas, entende, Seis Bocas. Chamam assim porque há um encontro de seis ruas, por isso seis bocas. Entendeu?
- E há quem possa entender?

Seis entende?

(Desconheço autoria).

segunda-feira, março 04, 2013

Como lidar com mães que perdem o filho precocemente, por Deise Barreto.



Todos sabemos que a lei natural da vida é “os pais partirem antes dos filhos”. Tanto que se o obstetra tiver que optar pela sobrevivência da mãe ou do filho, faz parte da nossa cultura que essa escolha recaia sobre a mãe, que poderá gerar outros filhos. Ao contrário do pai, a mãe é “cuidadora” por natureza. E, diferentemente de muitas outras espécies, o ser humano recém-nascido depende totalmente de sua mãe, física e psicologicamente. É preciso que a mãe seja saudável, no sentido mais amplo do termo para criar e guiar sua prole.

A ideia de morte natural de um jovem não é comum. Esta situação normalmente é causada por fatores traumáticos (acidentes, assassinatos) ou patológicos (doenças hereditárias ou adquiridas que causem a degeneração precoce do organismo). No entanto, nos dias de hoje, a violência urbana é a que mais tem ceifado a vida de rapazes e moças indiscriminadamente. Somente no Brasil, 600 mil jovens foram assassinados nos últimos 20 anos.

Mães que perdem filhos precocemente, nem sempre procuram um profissional que lhes preste tratamento psicoterápico, método que é de grande ajuda na elaboração do luto. E a sociedade, que precisa acolher essa mãe, também não está preparada culturalmente para vivenciar e lidar com este tipo de perda. Embora saibamos que a morte é a única certeza que temos na vida, independente da crença de cada um, nenhum ser humano está 100% apto a vivenciá-la sem sofrimento. Embora o mesmo não possa ser mensurado, cada indivíduo tem o seu jeito de lidar com a perda e com o luto.

Quando a mãe perde seu filho de maneira traumática tende a ficar “sem chão”, pode vivenciar sentimentos de culpa, inconformismo e revolta. Haverá sofrimento, dor e tristeza. Mas, se ela permitir-se receber ajuda de um profissional, este poderá instruí-la a trabalhar esta perda, entendendo o que esse filho representava em sua vida, ajudando-a a conviver com o luto e propiciando um pouco de conforto, retirando-a do estado de culpa que acomete a maioria das mães, até porque mães sempre acreditam poder e dever amparar seus filhos de tudo e de todos, o que, infelizmente, nem sempre é possível. Por melhor que seja uma mãe, ela não é Deus e não tem o controle sobre o destino do seu filho.

Amigos, familiares com a intenção de amenizar a dor, tentam distraí-las, dar-lhes forças, pedem até que não chorem. Mas é possível não chorar? É possível ser forte? Não, não é possível. Portanto, é preciso buscar ajuda para enfrentar a dor e continuar.

O luto precisa ser vivenciado; sua elaboração é necessária para que tal mãe possa dar continuidade a sua história, de preferência com saúde psíquica para cuidar dos outros filhos. A saudade e a dor da perda podem ser amenizadas, nunca ignoradas. É preciso continuar vivendo e se o filho (a) pudesse mais uma vez estar com sua mãe, com certeza diria: ”Mãe viva a sua vida!”

(Texto escrito para a sessão Família da Revista Bem Mais Osasco - Abril/2013).

quarta-feira, janeiro 30, 2013

Torcida Organizada por Deise Barreto


O indivíduo ao nascer é dependente absoluto dos cuidados de outro ser humano, sendo adequado estes cuidados por parte da mãe ou seu substituto. Mediante esta relação pouco a pouco em seu desenvolvimento emocional primitivo o bebê aprenderá a diferenciar o EU do não-EU. Por isso é fundamental a convivência com outros indivíduos em um ambiente que propicie ao desenvolvimento, aprendizado e criatividade.

Partindo do fato de que as relações que moldam o indivíduo, desde a infância, são também fenômenos sociais. Com o decorrer do tempo, esse indivíduo que a princípio vive e convive com mãe, pai, irmãos e demais parentes dependendo da família nuclear, passa a conviver com outros grupos, tal como na escola, vizinhos, entre outros.

Quando pensamos em grupo, podemos falar da psicologia de grupo, onde estudamos os fenômenos dos grupos que equivalem a uma quantidade de pessoas que se reúnem com o mesmo intuito, seja em uma profissão, instituição, templo religioso, filosofia de vida entre outros, nesse sentido, quero falar hoje sobre as torcidas organizadas dos clubes brasileiros de futebol.

Torcida organizada, leva nos a crer que o objetivo do grupo é apenas um: Torcer com o grupo para o seu clube escolhido, seja por afinidade, admiração ou influência familiar.
Correto?
Não necessariamente.

Se formos nas sedes de algumas torcidas organizadas iremos nos deparar com torcedores fanáticos pelo seu clube que pagam uma taxa para se associar e desta forma se tornam pertencentes a uma massa, massa esta composta de muitos que respiram pelo seu time, são confeccionados materiais do clube e da torcida organizada que leva um nome, fazem camisetas, calças, bermudas, jaquetas, agasalhos, bonés, bandeiras etc. (Têm torcedores que 90% do guarda-roupas é de roupas da torcida organizada). Fazem caravanas para irem a estádios distantes e os associados conseguem ingressos com maior facilidades para os jogos.

Quando me deparava com algum torcedor desses pensava que simplesmente se reuniam com os demais para irem aos jogos de seu time. Mas, não.
Nem todos vão apenas aos jogos.
Com inúmeros casos de assassinatos que a mídia revela comecei a buscar entender melhor isso, pois pensava: Membros da torcida X mataram torcedor da torcida Y, por qual razão? Simplesmente por que torcem para clubes distintos???

E então descobri conversando com torcedores de torcida organizada que muitos membros praticam esportes como muay thai entre outros para aprender a bater, pois os "linha de frente" se preparam bem fisicamente para correr e para bater. Pois se encontram um membro de outra torcida organizada com roupa da torcida, eles tiram a camisa, batem e tem isso como vitória por terem roubado a camisa de um adversário. Em dia de clássico algumas torcidas marcam pontos de encontro para brigar, ou seja, são pessoas dispostas a violência, que atualmente não se preparam somente para bater bem, mas muitos andam armados e vença o melhor, independente de se o time ganhou ou perdeu em campo.

Quantas vidas se foram?

Quantos inocentes por chegar no portão errado do estádio e se deparar com uma torcida organizada do time adversário batem até matar indivíduos que nem fazem parte de T.O., simplesmente estão com a camisa do seu time e foi lá prestigiar o mesmo. Que mal tem isso?

Quantas namoradas apanham por estarem ao lado de um torcedor?

Quantas mães enterram seus filhos que morreram por torcer por um time?

Aonde isso faz algum sentido?

Jogadores de futebol ganham milhões, enriquecem, conhecem o mundo enquanto uma grande maioria passam anos estudando para ter uma profissão, entrar no mercado de trabalho e ganhar um salário para sobreviver, que mesmo se guardarem os seus rendimentos por anos não conseguem obter o que um jogador ganha em um ano. Se o clube ganha ou perde, o salário deles estão garantidos, o sucesso é constante em sua grande maioria, outros times os compram por milhões, e lá fora os torcedores se matam por se considerarem adversários. Vemos médicos, advogados, professores entre outras profissões envolvidos em torcidas organizadas, pessoas esclarecidas, inteligentes, de família que se associam e começam a pensar e agir como o grupo. De certa forma como alienados.

Le Bom diz: A peculiaridade mais notável apresentada por um grupo psicológico é a seguinte: sejam quem forem os indivíduos que o compõem, por semelhantes ou dessemelhantes que sejam seu modo de vida, suas ocupações, seu caráter ou sua inteligência, o fato de haverem sido transformados num grupo coloca-os na posse de uma espécie de mente coletiva que os faz sentir, pensar e agir de maneira muito diferente daquela pela qual cada membro dele, tomado individualmente, sentiria, pensaria e agiria, caso se encontrasse em estado de isolamento. Há certas ideias e sentimentos que não surgem ou que não se transformam em atos, exceto no caso de indivíduos que formam um grupo. O grupo psicológico é um ser provisório, formado por elementos heterogêneos que por um momento se combinam, exatamente como as células que constituem um corpo vivo, formam, por sua reunião, um novo ser que apresenta características muito diferentes daquelas possuídas por cada uma das células isoladamente.

A minha questão então é: Por que o indivíduo que torce para um time, que sente prazer em vestir a camisa, que gosta de assistir o jogo no estádio, não o faz sem se associar a um grupo que não visa apenas torcer, mas machucar, bater, matar o indivíduo que faz parte da torcida de outro time?

E o poder de escolha?

E o respeito pela individualidade humana?

É lamentável mediante a tantas injustiças humanas, fome, pobreza, política corrupta vermos grupos que utilizam do lazer, da torcida de um clube para construir uma massa alienada que esquece que violência gera violência, que da mesma forma que muitos membros têm filhos, família, a torcida deles tiram filhos de suas mães e pais somente porque eles vibram por outro time, vestem outra camisa, possuem uma opinião distinta... Se esquecem de se colocar no lugar do outro, de respeitar o seu próximo e colaboram para que pessoas distantes desta triste realidade consigam sair em um domingo com a camisa do seu clube, temendo ser maltratado mesmo não fazendo parte de torcida organizada, porque têm aqueles não admitem se esbarrar com seus “adversários” na visão deturpada que possuem.

Fenômenos inconscientes desempenham papel inteiramente preponderante não apenas na vida orgânica, mas também nas operações da inteligência. A vida consciente da mente é de pequena importância, em comparação com sua vida inconsciente. O analista mais sutil, o observador mais agudo dificilmente obtêm êxito em descobrir mais do que um número muito pequeno dos motivos conscientes que determinam sua conduta. Nossos atos conscientes são o produto de um substrato inconsciente criado na mente, principalmente por influências hereditárias. Esse substrato consiste nas inumeráveis características comuns, transmitidas de geração a geração, que constituem o gênio de uma raça. Por detrás das causas confessadas de nossos atos jazem indubitavelmente causas secretas que não confessamos, mas por detrás dessas causas secretas existem muitas outras, mais secretas ainda, ignoradas por nós próprios. A maior parte de nossas ações cotidianas são resultados de motivos ocultos que fogem à nossa observação.

Vale ressaltar que nem todo membro de T.O. bate, mata ou motiva os demais a agirem assim, mas uma vez que faz parte da massa, vivencia o inconsciente coletivo, acabam muitas vezes se divertindo ou concordando com os comportamentos da maioria para se sentir aceito e pertencido ao grupo, se transformam quando estão reunidos, verbalizam ódio pelos adversários, deixa explicito a fúria pelo lema da torcida que faz parte.
É notável que os grupos, sejam torcidas organizadas ou não, muitas vezes deixam de lado seus valores e opiniões em prol do que o grupo acredita e valoriza, é então que inúmeros indivíduos perdem sua identidade que é instável conforme os grupos dos quais faz parte...!

Podemos questionar o mundo e a nós mesmo... Cada fase vivenciamos algo... Mas, vivenciarmos ou apoiarmos a violência em nada nos agregará nem ontem, nem hoje e muitos menos amanhã.

Paz aos clubes e a todos os torcedores!
Respeito pelo próximo... NÃO A VIOLÊNCIA!!!

terça-feira, janeiro 29, 2013

Tragédia de Santa Maria: entre o luto e o narcisismo por Lucas Nápoli

Vivemos numa era onde a maioria dos seres humanos são questionadores. Vale a pena ler o texto abaixo e refletir sobre o mesmo!
Se quiserem debater, fiquem à vontade!!!
Eu concordo, em parte. De fato a televisão, os jornais, revistas fazem uma cobertura com simulações e detalhes repetitivos em busca de audiência, esse é o foco. O que acaba até favorecendo alguns escândalos que desejam encobrirem, no entanto, como sempre creio no ser humano, têm sim aqueles que se sensibilizam com a dor do próximo, isso é inato, é do indivíduo (sensibilidade essa em alguns), independente da profissão em que atua.
Quanto as redes sociais, também creio que algumas pessoas expressam ali os sentimentos vivenciados diante de uma tragédia, de uma fatalidade, mas uma grande maioria narcisista encontram nisso uma novidade para compartilhar e receber curtidas, como disse o Lucas, também ganhar audiência, e outros o fazem para não ficar fora da onda de posts sobre as últimas notícias catastróficas, e vejo como tamanho mau gosto compartilhar fotografias de pessoas machucadas, mortas, porque isso se espalha e além de familiares das vítimas poder ter acesso, não é algo agradável para ninguém ver.
O fundamental é respeitarmos a dor alheia, escutei e li comentários sobre essa tragédia de tamanha insensibilidade. Isso pode acontecer com qualquer um de nós ou familiares, não cabe julgarmos, menosprezarmos esse sofrimento vivenciado por tantos familiares e amigos.
E também vale a pena com isso o aprendizado, se atentar aonde frequentamos, pois muitas vezes isso passa totalmente despercebido.
Deise Barreto.

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Tragédia de Santa Maria: entre o luto e o narcisismo por Lucas Nápoli

Escrevo este texto um dia após ter acontecido o que tem sido chamado pela mídia de “tragédia de Santa Maria”. Para os que lerão este escrito muito tempo depois de ter sido publicado, me refiro ao incêndio ocorrido na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013 na boate Kiss em Santa Maria no Rio Grande do Sul, que provocou a morte de mais de 200 pessoas e deixou dezenas de feridos.

Eventos como esse são sempre um prato cheio para jornais, revistas, mas, sobretudo, para a televisão, que pode explorar à exaustão as imagens registradas do incidente, construir gráficos elaborados explicando como teria acontecido o incêndio e porque a maioria das pessoas morreu asfixiada, chamar especialistas para debater o assunto e last, but not least, apresentar conteúdos exclusivos, “que você só verá aqui”. É também comum nessas ocasiões observar apresentadores normalmente serelepes e eufóricos apresentando um semblante sério e austero, fingindo que estão consternados com o acontecido. Tudo para que o telespectador não saiba que estão, no fundo, comemorando os picos de audiência.

Mas nós já não vivemos mais na era do telespectador passivo, que apenas recebe conteúdos de um broadcaster institucional. Não, nós agora temos redes sociais. Nós também produzimos conteúdo. Nós também divulgamos informação. Nós também temos audiência. Logo, nós também precisamos mentir. Afinal, temos centenas de amigos no Facebook e/ou centenas de seguidores no Twitter. Temos que mostrar a essas pessoas que somos bonzinhos, que amamos o próximo, que temos compaixão. Temos que dar uma satisfação a nossos amigos e seguidores. Precisamos fazer semblante sério, austero e compassivo. Temos audiência. Precisamos abarrotar as timelines de nossos espectadores com imagens com os dizeres “Luto”, “Deus conforte os corações dos familiares”, etc. Precisamos mostrar à nossa audiência que nós somos tão bons que conseguimos compartilhar da dor que estão sentindo os parentes das pessoas que morreram. Sim, nós precisamos fingir que nos importamos. Precisamos fingir que estaremos orando pelas famílias. Precisamos fingir que ficaremos de luto. Precisamos enviar mensagens supostamente dirigidas aos familiares, mas que sabemos de antemão que jamais chegarão até eles. Precisamos, em suma, mostrar aos nossos amigos e seguidores que nos importamos, que o mundo é um lugar muito bonito abarrotado de gente que não está interessada apenas no próprio umbigo, mas que se preocupa com a dor do outro. O paraíso na terra.

Vejam bem, não estou negando a possibilidade de que efetivamente nos solidarizemos com a dor das mães e pais que perderam seus filhos. Sou psicanalista. Empatia é um dos meus principais instrumentos de trabalho. Acredito, aliás, ser quase impossível para a maioria das pessoas assistir na televisão aos familiares e amigos desesperados e não se compadecer das dor que eles provavelmente estão sentindo.

O que coloco em questão é a necessidade que temos de publicar essa solidariedade, transformando nossa suposta compaixão em objeto de consumo para nossa audiência. Sim, pois nas redes sociais todos nós acabamos nos transformando em apresentadores de televisão. Cada um de nós faz o seu próprio Fantástico e, em vez da audiência medida pela Ibope, nós acumulamos “curtidas”, retweets, compartilhamentos.

É uma ingenuidade acreditar que Facebook e Twitter nos servem apenas como uma folha de papel em branco onde expressamos nossos sentimentos, opiniões e ideias. Ainda que não existissem os botões “curtir”, “compartilhar” e “retweetar”, ainda assim a mera consciência de que outras pessoas têm acesso ao que publicamos faz com que tenhamos sempre em vista as expectativas alheias antes de escrevermos ou compartilharmos algo. Isso explica a quantidade cada vez maior de imagens contendo frases “edificantes” ou engraçadinhas sendo compartilhadas no Facebook. Queremos parecer bonzinhos, fortes, cultos e bem-humorados para nossa audiência. Show da vida.

Mas voltemos à nossa pauta original. Será que as “moções de solidariedade” aos familiares das pessoas mortas na tragédia de Santa Maria escapariam desse círculo narcísico em jogo nas redes sociais? Será que nosso objetivo ao compartilharmos as imagens bem elaboradas de luto é, de fato, a mera manifestação de nossos sentimentos de compaixão e não mais uma “atração” do nosso Fantástico particular de todos os dias?

Um psicólogo judeu costumava dizer que quando alguém, num período de jejum, desfigura o rosto, dando a entender que está sofrendo, tem por objetivo conquistar a atenção e a admiração dos homens. Por isso, recomendava a seus amigos que se perfumassem e lavassem o rosto ao fazerem jejum, a fim de que ninguém sequer suspeitasse que não estivessem se alimentando. Fazendo isso, proteger-se-iam de um vício assaz pernicioso chamado hipocrisia.

Lucas Nápoli é psicólogo, psicanalista e Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

segunda-feira, janeiro 28, 2013

Acomodar ou Mudar? Eis a questão...!


Final de um ano e início de outro é muito comum para mim e acredito que para muitas pessoas ouvirem de pessoas próximas ou não sobre planos, metas, sonhos... Como também é muito comum ouvirmos reclamações:
Preciso ganhar mais e só conseguirei isso noutro trabalho;
Preciso trocar de carro, o meu só dá problema;
Preciso comprar um carro, não dá para ficar tanto tempo esperando condução;

E não para aí, falam sobre namoro, casamento, família, vida financeira e profissional, entre outras: Preciso emagrecer, preciso parar de fumar, preciso economizar...

Mas, uma minoria realmente faz alguma coisa para mudar o quadro atual e obter êxito na meta proposta.
É algo que já falei algumas vezes por aqui. Só conseguimos ajudar quem se ajuda.
Se a pessoa insiste que algo é difícil, que não consegue, que não tem sorte, que não tem tempo, sinto muito informar: NADA VAI ACONTECER!!!

Quando eu digo para mim: Eu não consigo. Já estou colocando um bloqueio na minha energia, na minha ação. Somos o que pensamos!!!

Vivemos em um mundo competitivo em todos os sentidos, mas consigo visualizar lugar para todo mundo!
Manter os braços cruzados, acreditar que o que tem de ser é, é o mesmo que esperar um milagre cair do céu... É fugir da vida, é fugir de si mesmo, é ir contra a pulsão de vida...!

Acredito que nada é por acaso, que o que é nosso chega até nós, mas será que sem caminhar na direção há de chegar?

Tenho as minhas dúvidas! Como alguém pode chegar no cargo que deseja naquela multinacional americana, se nunca começa estudar o inglês, idioma imprescindível para ocupar um cargo de liderança na empresa?
Como comprar algo que quer muito sem fazer um planejamento financeiro? Será que só o fato do salário ser baixo, é motivo de desistência?
Vemos pessoas que ganham tão pouco conquistando sonhos... Talvez a administração seja o segredo. O que pensa disso?

...

Com o passar dos anos, vamos nos tornando cada vez mais exigentes, olhamos para trás e começamos analisar o que já conquistamos, o que queremos conquistar, mas será que muitos analisam onde podem acertar mais e errar menos?

Será que errou muito? Ou será que o nível de exigência atual o faz não perceber os acertos?

Enquanto há vida, enquanto há saúde, é preciso pulsão de vida, força de vontade para batalhar, lutar, se ajudar e fazer por onde tudo fluir, acontecer, realizar...!

Descruze os braços! Para e pensa em tudo aquilo que você deseja melhorar ou mudar em sua vida... E vá... Vá atrás de realizar... Temos 24 horas por dia, 168 horas por semana... Se for preciso trabalhe mais, estude, cuide do corpo e mente também, cuide de você!!! É cansativo? Muito!!! Mas, vale a pena!!!
Nunca é tarde para trocar de profissão se a mesma já não o satisfaz mais... Não tenha medo de recomeçar, estudar uma nova profissão, começar do zero...
Se a relação amorosa não te agrega, erga a cabeça, se valorize, se admire e se ama, pois desta forma você irá emanar a energia da valorização e atrairá alguém como você, que vai te amar, te respeitar e te valorizar.
Continuar em uma relação falida, frustrada ou ficar a espera de alguém que não se decide, que precisa cuidar dos próprios problemas para poder vivenciar o amor, é o mesmo que se boicotar! Pois, para amarmos é necessários nos amar primeiramente.

Ame quem você é!
Se olhe no espelho e sorria, goste do que reflete e se for difícil gostar, mude, busque refletir o que você quer!

Mas, não se acomode. Não venha reclamar de falta de sorte, quando na realidade há falta de ação, falta de garra, falta de boa vontade.
E se for muito difícil buscar toda a mudança sozinho! Não tema, busque ajuda psicológica. Procure quem possa te ouvir, quem possa te ajudar, desde que você se permita ser ajudado, queira ser ajudado e lute por isso!

É muito mais fácil se acomodar e ir sobrevivendo a cada dia, pensando em como queria que a vida fosse...
Difícil batalhar, se cansar, lutar para viver a vida como deve ser!

A escolha é sua!!!

O que você quer???

Se acomodar e viver na zona de conforto???
Ou buscar a mudança, batalhar em prol de uma vida melhor???

Reflita... Analisa... Decida...!