quinta-feira, outubro 31, 2013

Cuidado! O stress do trabalho pode destruir sua vida.

Sigmund Freud dizia: “Não posso imaginar que uma vida sem trabalho seja capaz de trazer qualquer espécie de conforto. A imaginação criadora e o trabalho para mim andam de mãos dadas; não retiro prazer de nenhuma outra coisa”. Concordo com Freud e penso assim, desde que saibamos dosar a energia despendida para o trabalho que escolhemos desenvolver em nossa vida! É de extrema importância o trabalho na vida do indivíduo. “Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida”. Confúcio foi muito feliz nesta citação. Quando nos encontramos em uma profissão, estudar, trabalhar é prazeroso e o sucesso, acaba sendo consequência. Mas, a inteligência emocional em muito influenciará, como tudo na vida!

Fica perceptível para mim diante da escuta clínica e da observação em ambientes profissionais, que independente da escolha profissional, do acerto na mesma, o nível de stress tem aumentado em várias áreas.

O stress é a resposta fisiológica, psicológica e comportamental de um indivíduo que procura se adaptar e se ajustar às pressões internas e/ou externas. Essas pressões vivenciadas no dia a dia, no âmbito profissional vão potencializando ao ponto de adoecer o indivíduo e afetar o seu relacionamento familiar, por exemplo.
Atualmente se pesquisarmos quantos profissionais tem se afastado do trabalho por problemas psicológicos acarretados pelo stress, o índice é altíssimo. Como exemplo, entre educadores e bancários.

Para vivermos de maneira saudável, precisamos viver com equilíbrio. Despender a nossa energia de acordo com cada área da nossa vida, é um bom começo. Tem o momento de ser e vivenciar o profissional, a família, as amizades e ter outras ocupações além do campo profissional, justamente para equilibrar a energia despendida. Quantos profissionais passam quase 20 horas fora de casa envolvidos com o trabalho? A resposta pode lhe surpreender, mas muitos. E temos também os casos onde o profissional trabalha apenas as suas 8 horas diárias, mas com um nível de pressão tão grande que propicia uma fadiga ao final do dia, tornando o incapaz de ter energia para qualquer outra tarefa e é aí que a doença aparece.

Vale ressaltar que a pressão interna em muitos casos acaba sendo maior que a externa, e tão potencializadora que imobiliza o indivíduo, cabe buscar ajuda profissional para tratar isso, quando não consegue por conta própria.

Temos outro lado, onde buscar no trabalho a fuga para deixar de pensar em problemas de ordem pessoal, o que também contribui para a estafa mental, o stress, a doença.

E você?

Em que nível coloca o trabalho na sua vida?

Enquanto tivermos saúde para trabalhar e se fizermos com prazer é válido toda a energia colocada em prol, além de vivermos com mais conforto, realizarmos sonhos, mas desejar que o dia se transforme em 30 horas para dar conta de todo o trabalho, deixando de lado a qualidade de vida, os demais prazeres que a vida nos proporciona ao lado da nossa família e amigos, cuidando da mente e corpo, é hora de parar e repensar em que consiste a sua vida.

Viva com saúde e com qualidade, para sermos eficientes e eficazes é preciso manter o equilíbrio em qualquer área da nossa vida. Pense nisso!

Deise Alves Barreto, psicóloga clínica e psicossomatista.
psicologa.deise@gmail.com / www.psi-deisebarreto.blogspot.com

Texto elaborado para a sessão família da revista Bem Mais Osasco, edição Nov/2013.

Receba o amor por Tadashi Kadomoto

Como vocês se relacionam com o amor?
Ser Inteligente Emocionalmente é saber lidar com a sua afetividade e com a afetividade do outro.

Reflita: Você consegue demonstrar com facilidade o seu amor? Você se permite receber amor?

Acredito que para amar é necessário se ENTREGAR. E isto significa deixar de ficar analisando e se apegando a velhos preconceitos.

Amar é ter a coragem de dar um salto no abismo; É acolher o novo com alegria e o coração aberto.

Quantas vezes nos relacionamos afetivamente com alguém e queremos manter o controle, querendo que as coisas aconteçam da nossa maneira?

Isto não é entrega, isto não é amor…

Ser amado e amar significa entrega e intimidade, isto é, estar em sintonia com os sentimentos e emoções do seu parceiro(a).

Muitas pessoas tem medo de se entregar imaginando que irão perder a individualidade…

Confie e se entregue.

Porque na entrega nos tornamos transparentes para o outro, tiramos as nossas máscaras e isto possibilita que o ser amado nos veja e sinta exatamente como verdadeiramente somos.

“A confiança é o suporte básico para a entrega e necessita ser mútua”.

(Tadashi Kadomoto)

quarta-feira, outubro 16, 2013

COMO SALVAR NOSSAS CRIANÇAS DO CONSUMISMO

A infância é um período de desenvolvimento físico, mais do que isto, é um período onde o ser desenvolve-se psicologicamente, envolvendo graduais mudanças no comportamento e nas bases de sua personalidade. Se compararmos a infância em décadas anteriores ao ano de 2000, perceberemos muitas mudanças. Tempos atrás as crianças viviam sua ingenuidade, espontaneidade, como constatou Winnicott, pediatra e psicanalista inglês, a importância do brincar e dos primeiros anos na construção da identidade pessoal. Como também a importância do ambiente. A criatividade é de extrema importância no brincar, a partir disto, o indivíduo cria subsídios para dar conta de muitos aspectos ao longo da vida.

Na contemporaneidade o consumismo desenfreado toma conta da vida dos adultos e da realidade infantil. Crianças e adolescentes trocaram brincadeiras e brinquedos simples por eletrônicos ou por uma vida de imitação dos adultos. Hoje, é comum trocar a festa com tema infantil pela festa infantil no cabeleireiro, uma cirurgia plástica no lugar da festa de debutante. Meninas com o desejo de ser mulher precocemente e de forma mais intensa que antigamente.

Crianças comprometidas, além da escola, com o curso de idiomas e com esportes, entretenimentos no Ipad ou Xbox, sem contar o celular moderno, que não pode ficar para trás diante dos colegas da escola. Enfim, o ser humano sempre foi competitivo, desde que o mundo é mundo, as crianças sempre quiseram brinquedos bacanas como os dos amigos, mas o limite, penso, era imposto mais acertadamente em décadas passadas.

As crianças podiam até se frustrar, mas a frustração é necessária para a estruturação da personalidade. O NÃO é importante e antigamente era dito com mais frequência, os pais explicavam que nem tudo que se quer se pode ter ou pelo menos, não naquele momento. Pais até presenteavam os filhos, mas em uma data especial e se realmente fossem merecedores. Atualmente vemos pais que trabalham muito e abrem mão de muitas coisas para deixar o filho ‘na moda’. Os pais estimulam os filhos ao consumismo e a uma briga de egos. “Meu filho estuda em tal escola, pratica tal esporte, possui tal eletrônico...” Pais competem e filhos reproduzem essa competição. Vivemos a era do imediatismo. O que por um lado beneficia os pais. “Trabalho muito e não tenho tempo para lhe dar atenção. Dou eletrônicos e você me deixa em paz!”.

Com o mercado aquecido, homens e mulheres inseridos, com mais oportunidades de proporcionar ‘coisas’ aos filhos, que se adaptam com a tecnologia e com presentes, enquanto se perdem a brincadeira, a troca espontânea, a conversa, a família à mesa do jantar, a reunião para assistir a um programa na sala, é mais cômodo cada um ir para o seu quarto assistir a sua televisão ou mexer no seu notebook. O consumismo acaba sendo um ganho secundário para ambos, pais e filhos, mas a essência da família vai se perdendo e a ‘falta’ do que realmente importa é nítida no vazio de muitas relações.

Deise Alves Barreto, psicóloga clínica e psicossomatista.
psicologa.deise@gmail.com / www.psi-deisebarreto.blogspot.com


Texto elaborado para a sessão Família da Revista BMO - edição Out/13.