quarta-feira, outubro 03, 2012

Neurose e Psicose, sua distinção. Por Deise Barreto.


É muito comum ouvir pessoas confusas mediante a distinção de neurose e psicose. Inclusive, muitos alunos de psicologia no início do curso procura compreender essa distinção.
Irei discorrer um pouco sobre a diferença. Mas, na obra completa de Freud você poderá obter maiores informações a respeito, um estudo mais aprofundado.

Segundo Freud, a neurose é o resultado de um conflito entre o ego e o id, ao passo que a psicose é o desfecho análogo de um distúrbio semelhante nas relações entre o ego e o mundo externo.

Quando temos uma neurose transferencial, o id possui um impulso instintual poderoso e o ego se recua do mesmo. Mas, de que forma o ego se defende? Através do mecanismo da repressão.

Tem-se um material que foi reprimido pelo ego, forma de defesa do mesmo, mas esse material reprimido cria para si uma representação substitutiva, o sintoma. O ego continua a lutar, agora contra o sintoma. E dessa forma teremos produzido uma neurose.

O ego entra em conflito com o id em prol do superego e da realidade, e aí está o estado de coisas em toda neurose de transferência.

Neuroses de Transferência = conflito entre o ego e o id.
Neuroses Narcísicas = conflito entre o ego e o superego.
Psicoses = conflito entre o ego e o mundo externo.

Falando em psicose, segundo Freud, o ego cria um novo mundo externo e interno, e não pode haver dúvida quanto a dois fatos, sendo eles: esse novo mundo é construído de acordo com os impulsos desejosos do id e que o motivo dessa dissociação do mundo externo é alguma frustração muito séria de um desejo, por parte da realidade, frustração que parece intolerável.

Ele continua dizendo que na neurose o fator decisivo seria a predominância da influência da realidade, enquanto que para a psicose esse fator seria a predominância do id.

Na psicose a perda da realidade estaria necessariamente presente, ao passo que na neurose, segundo pareceria, essa perda seria evitada.
A neurose não repudia a realidade, apenas a ignora, ao passo que a psicose a repudia e tenta substitui-la.
Um comportamento sadio requer uma combinação de ambas características.
Se repudia a realidade tão pouco quanto uma neurose, mas se depois se esforça, como faz uma psicose, pode efetuar uma alteração dessa realidade.
De forma natural esse comportamento seria conveniente, pois conduz à realidade do trabalho do mundo externo, ele não se detêm, como na psicose, em efetuar mudanças internas.

Para concluir, entende-se que a distinção clara entre neurose e psicose, é enfraquecida pela circunstância de que também na neurose não faltam tentativas de substituir uma realidade desagradável por outra mais agradável para o indivíduo.

[Fonte: Freud, Sigmund. O Ego e o Id e outros trabalhos (1923 -1925). Edição Standard.]

Vale ressaltar que quando vamos estudar psicanálise, a leitura das obras completas de Freud, o vocabulário de psicanálise do Laplanche e a releitura, será a melhor maneira de compreender tamanha complexidade e obter a melhor compreensão do que se busca.

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