quarta-feira, março 28, 2012

Nota Pública do CFP de esclarecimento à sociedade e aos psicólogos sobre Psicologia e religiosidade no exercício profissional


Recentemente recebi uma paciente em meu consultório que um dos motivos pelos quais ela trocou de psicóloga, foi o fato de ter sido criticada em sua religião.

Concordo com CFP quando coloca que o profissional não deve misturar suas crenças religiosas com a ciência.

Fundamentalmente penso que nós psicólogos estamos ali no exercício da profissão para entender e compreender o nosso paciente, jamais julgar e/ou criticar seu estilo de vida, sua crença religiosa ou condição sexual.

O paciente pode trazer questões de sua crença em meio aos seus conteúdos e trabalharmos isso, sabendo separar nossa própria crença e filosofia de vida.

Este é um tema que se vir a abordar causa polêmica e uma boa discussão.

Vale a pena aos profissionais repensarem e não se perderem em seus atendimentos do nosso código de ética; e aos pacientes ficarem atentos ao que pode vir a causar danos no seu tratamento, que é o contrário do que buscam na psicoterapia.

...

"Em resposta ao debate travado na mídia e nas redes sociais acerca da relação entre religiosidade e exercício profissional da(o) psicóloga(o), o Conselho Federal de Psicologia (CFP) esclarece o que segue.

Não existe oposição entre Psicologia e religiosidade, pelo contrário, a Psicologia é uma ciência que reconhece que a religiosidade e a fé estão presentes na cultura e participam na constituição da dimensão subjetiva de cada um de nós. A relação dos indivíduos com o “sagrado” pode ser analisada pela(o) psicóloga(o), nunca imposto por ela(e) às pessoas com os quais trabalha.

Assim, afirmamos o respeito às diferenças e às liberdades de expressão de todas as formas de religiosidade conforme garantidas na Constituição de 1988 e, justamente no intuito de valorizar a democracia e promover os direitos dos cidadãos à livre expressão da sua religiosidade, é que o Código de Ética Profissional da(o) Psicóloga(o) orienta que os serviços de Psicologia devem ser realizados com base em técnicas fundamentados na ciência psicológica e não em preceitos religiosos ou quaisquer outros alheios a esta profissão:

Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos: c) Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional; Se as(o) psicólogas(o) exercerem a profissão declarando suas crenças religiosas e as impondo ao seu público estarão desrespeitando e ferindo o direito constitucional de liberdade de consciência e de crença. O Código de Ética Profissional das(o) Psicólogas(o) cita nos dois primeiros princípios fundamentais a necessidade de respeito à liberdade e a eliminação de quaisquer formas de discriminação, e no artigo 2º veda à(o) psicóloga(o) a indução não só de convicções religiosas, mas também de convicções filosóficas, morais, ideológicas e de orientação sexual, compreendendo a delicadeza e complexidade que o tema merece:

Princípios Fundamentais

I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Art. 2º – À(o) psicóloga(o) é vedado: b) Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais;

Esse Código de Ética em vigor foi construído a partir de múltiplos espaços de discussão sobre a ética da profissão, suas responsabilidades e compromissos com a promoção da cidadania. O processo ocorreu ao longo de três anos, em todo o país, com a participação direta das(o) psicólogas(o) e aberto à sociedade. Seu objetivo primordial é garantir que haja um mecanismo de proteção à sociedade e à profissão, no intuito de garantir o respeito às diferenças, aos direitos humanos e a afirmação dos princípios democráticos e constitucionais de um Estado laico.

A profissão de psicóloga(o) foi regulamentada no Brasil pela Lei nº 4.119/1962 e a Lei nº 5.766/1971 criou a autarquia dos Conselhos Federal e Regionais de Psicologia, destinados a orientar, a disciplinar e a fiscalizar o exercício da profissão de psicólogo e zelar pela fiel observância dos princípios de ética e disciplina da classe. Entre as atribuições estabelecidas por essa lei ao Conselho Federal de Psicologia estão a de elaborar e aprovar o Código de Ética Profissional do Psicólogo e funcionar como tribunal superior de ética profissional, portanto atuar como instância de recurso aos processos julgados nos Conselhos Regionais.

Cumprindo seu papel previsto na Lei 5.766/1971 de zelar pela fiel observância dos princípios de ética e disciplina da classe, os Conselhos Regionais de Psicologia recebem e apuram as denúncias que chegam sobre o exercício profissional de psicólogas (os). Do julgamento do plenário do Conselho Regional, cabe recurso ao plenário do Conselho Federal de Psicologia.

Qualquer cidadão pode oferecer denúncia contra o exercício profissional do(a) psicólogo(a), visto ser seu direito constitucional. Assim, as ações de orientação e fiscalização promovidas pelos conselhos profissionais no âmbito Regional são legítimas e não podem ser tomadas como perseguições ou cassações a qualquer direito. Todos os profissionais que exercem suas funções reconhecidas pelo Estado Democrático de Direito estão submetidos às legislações e Códigos de Ética dos seus respectivos Conselhos e, portanto, têm o dever de pautar sua atuação profissional nas legislações que disciplinam o exercício de sua profissão.
A Psicologia como ciência e profissão pertence à sociedade tendo teorias, técnicas e metodologias pesquisadas, reconhecidas e validadas por instâncias oficiais do campo da pesquisa e da regulação pública que validam o conjunto de formulações do interesse da sociedade. Os princípios e conceitos que sustentam as práticas religiosas são de ordem pessoal e da esfera privada, e não estão regulamentadas como atribuições da Psicologia como ciência e profissão.
Finalizamos esse posicionamento declarando que o CFP iniciará uma série de atividades de debate sobre a relação entre Psicologia e religiosidade, com vistas a contribuir com o debate público da categoria e da sociedade frente a esse tema, objetivando explicitar que não somos contrários a que os profissionais tenham suas crenças religiosas e sim que devemos zelar para que estes não utilizem suas crenças, de qualquer ordem, como ferramenta de atuação profissional."

Fonte: www.pol.org.br

“A CLÍNICA PSICANALÍTICA DA ADOÇÃO” Setting Estudos em Psicanálise receberá GINA KHAFIF LEVINZON

“A CLÍNICA PSICANALÍTICA DA ADOÇÃO”

31 de MARÇO de 2012 das 11 às 14hs

Setting Estudos em Psicanálise receberá GINA KHAFIF LEVINZON.

Com a grandiosidade de Freud, a robusta perspicácia de Melanie Klein, a criatividade e suavidade de Winnicott, aprendemos que a conquista da nossa personalidade, da nossa identidade tem seus alicerces fincados numa única alternativa possível. Via única e inexorável: uma relação humana. Uma relação humana que possibilite que se desenvolva o mais poderoso impulso que o bebê traz ao chegar neste mundo: o impulso para ligar-se a outro se humano. É a relação mãe-filho. Porém, não basta apenas uma relação objetal, é imprescindível a oferta de uma relação objetal amorosa.

Gina Levinzon vem dividir conosco sua grande experiência clínica com crianças adotivas e as vicissitudes da adoção.

Psicanalista. Doutora em Psicologia Clínica pela USP. Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. Professora do Curso Especialização em Psicoterapia Psicanalítica da USP.
Autora dos livros: “A Criança Adotiva na Psicoterapia Psicanalítica” e “Adoção”.

Inscrições: Rua Dr. Epitácio Pessoa, 456, Jd. Santa Francisca. Guarulhos - SP.
Informações: (11) 2441-0043 com Dayane.

Investimento:
Profissionais R$ 50,00
Estudantes R$ 35,00

Vagas Limitadas.

Local: Auditório da Associação Paulista de Medicina.
Rua Darci Vargas, 64 - Centro - Guarulhos.

terça-feira, março 27, 2012

É possível voltar a confiar?


Ao ler esse texto abaixo do Jabour me remeteu a minha infância e aos conflitos que vejo a nossa sociedade vivenciar atualmente.

Na minha infância tínhamos os limites impostos pelos nossos pais embasados de valores e princípios.
Pais sem muita instrução, mas com tamanha sabedoria que sabiam administrar o salário baixo e criar seus filhos de forma digna, com vínculos fortalecidos.
As famílias se reuniam diante a mesa para jantar, depois iam todos assistir aos noticiários, novelas, tinha hora para tudo, inclusive para as crianças, dormir e acordar.
E o respeito? Era fundamental. Qualquer pessoa mais velha era respeitada pelas crianças e adolescentes.
Conflitos, problemas, famílias tumultuadas, jovens delinquentes, tudo isso sempre existiu, mas os valores eram diferentes!
Os anos passaram, a modernidade nos presenteou com ferramentas de facilidades jamais imaginadas... Ganhamos tempo, vivemos um progresso que agrega, no entanto, os valores vão se perdendo pouco a pouco.

Hoje é comum em uma família a mãe e o pai terem uma carreira bem sucedida, logo os filhos possuem muito mais do que as crianças do passado de classe média, no entanto, é raro as famílias que sentam em torno da mesa para fazer uma refeição ou que assistem a TV reunidos, pois em cada quarto possui uma televisão, um computador e cada membro da família tem os seus afazeres, não há tempo para interagir. O pai está estressado, a mãe ocupada e as crianças querem se comunicar com os amigos através das redes sociais ou jogar vídeo game.

Muitos pais acham que é obrigação da escola a educação, cobram isso dos professores que na grande maioria dos casos não são respeitados pelos alunos, que vivem a falta de afeto, por terem tudo, menos carinho e atenção.

Vivemos a era onde muitos acreditam que o dinheiro resolve tudo!

Os diálogos tornam-se escassos! As relações vazias! O afeto é substituído por um bem material.

Os lares possuem mais confortos, e os moradores cada vez menos tempo para usufruir do mesmo.

Crianças e adolescentes cada vez mais 'adultos', mais viajados, adquirindo mais conhecimentos, porém com menos maturidade e pouca malícia de vida!

Valorizam o TER e de fato esquecem da importância de SER!

Mas, ainda há os que acreditam em mudança, em criar os filhos impondo limites e valores, cobrando respeito e responsabilidade.

Será possível diante de tudo que percebemos?

Você pode educar o seu filho e o mesmo se deparar com amiguinhos com uma realidade diferente da dele e isso ser aceito?

É perceptível por conta de várias razões, adolescentes recorrendo à fugas devido não se sentir pertencido no seu próprio lar e com a sua família.
Meninas com vestidos cada vez mais curtos, maquiagem carregada, plásticas para se sentir pertencente aquele grupo onde todas têm que andar assim para ser aceita.
Meninos mudando o corte de cabelo, visual em prol de fazer parte da 'tribo' pop da escola.
Cada vez mais cedo fazem uso de álcool, cigarros e até de drogas mais pesadas.
Os pais liberam para curtir as 'baladinhas', mas eles não têm ainda qualquer discernimento do que é certo e errado, pois os valores estão totalmente deturpados.

Diferentemente do Jabour, a minha pergunta é: É possível voltar a confiar???

Eu acredito que sim!!! É necessário a nossa geração impor respeito, limites das nossas crinças e adolescentes, orientar, conversar e acima de tudo dar amor e atenção!

Não podemos desacreditar dos seres humanos e de um mundo melhor! Mas, isso requer muito equilíbrio e autoconhecimento.

Deise Barreto.

Quero voltar a confiar, por Arnaldo Jabour.

Fui criado com princípios morais comuns: Quando eu era pequeno, mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades dignas de respeito e consideração.
Quanto mais próximos ou mais velhos, mais afeto.
Inimaginável responder de forma mal educada aos mais velhos, professores ou autoridades…
Confiávamos nos adultos porque todos eram pais, mães ou familiares das crianças da nossa rua, do bairro, ou da cidade…
Tínhamos medo apenas do escuro, dos sapos, dos filmes de terror…
Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo aquilo que perdemos.
Por tudo o que meus netos um dia enfrentarão.
Pelo medo no olhar das crianças, dos jovens, dos velhos e dos adultos.
Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos.
Não levar vantagem em tudo significa ser idiota.
Pagar dívidas em dia é ser tonto… Anistia para corruptos e sonegadores…
O que aconteceu conosco?
Professores maltratados nas salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas.
Que valores são esses?
Automóveis que valem mais que abraços, filhas querendo uma cirurgia como presente por passar de ano. Celulares nas mochilas de crianças.
O que vais querer em troca de um abraço?
A diversão vale mais que um diploma. Uma tela gigante vale mais que uma boa conversa.
Mais vale uma maquiagem que um sorvete. Mais vale parecer do que ser…
Quando foi que tudo desapareceu ou se tornou ridículo?
Quero arrancar as grades da minha janela para poder tocar as flores!
Quero me sentar na varanda e dormir com a porta aberta nas noites de verão!
Quero a honestidade como motivo de orgulho. Quero a vergonha na cara e a solidariedade. Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olhar olho-no-olho.
Quero a esperança, a alegria, a confiança!
Quero calar a boca de quem diz: “ temos que estar ao nível de…”, ao falar de uma pessoa.
Abaixo o “TER”, viva o “SER”!!!
E viva o retorno da verdadeira vida, simples como a chuva, limpa como um céu de primavera, leve como a brisa da manhã!
E definitivamente bela, como cada amanhecer.
Quero ter de volta o meu mundo simples e comum.
Onde existam amor, solidariedade e fraternidade como bases.
Vamos voltar a ser “gente”
Construir um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas.
Utopia?
Quem sabe?...
Precisamos tentar…
Quem sabe comecemos a caminhar transmitindo essa mensagem… Nossos filhos merecem e nossos netos certamente nos agradecerão!

quinta-feira, janeiro 26, 2012

Relacionamento: Você almeja para Agregar ou Anular-se? Por Deise Barreto.


Normalmente ouvimos pessoas que buscam um relacionamento com o intuito de viver feliz com um parceiro (a), fugindo de um estado de solidão e carência.

O que é um relacionamento?
Segundo o dicionário é o ato ou efeito de relacionar; amizade, intimidade, ou seja, travar relacionamento com alguém.

Se a busca do relacionamento é para agregar, proporcionar mais alegria a vida e momentos de felicidade, por que temos tantos relacionamentos regados de brigas, pessoas infelizes e perda de identidade?

Quando paramos para analisar casais e os seus relacionamentos surgem vários tipos de opiniões, mas algo é perceptível em sua grande maioria.
As pessoas deixam de ser elas mesmas se anulando em prol do outro.
É claro que quando duas pessoas se envolvem, nutrem sentimento uma pela outra e optam por viver um relacionamento, algumas coisas mudam na rotina, é necessário administrar o tempo, prioridades e se adaptar ao outro para viverem bem.
Mas, é grande o número de pessoas que encaram o ato de ceder como anular-se. E têm aqueles que pouco a pouco vão perdendo sua identidade, de que forma? Deixando de ser si mesmo, vestindo um personagem de par ideal para agradar aquele que ama, deixa de fazer as coisas que lhe dá prazer, de comer o que aprecia, de visitar lugares que gosta, tudo porque o outro não gosta, não concorda ou simplesmente porque acha que sendo de outro jeito será mais amado e apreciado.
Pessoas que se comportam assim tendem a não perceber e sequer valorizar a importância da privacidade e individualidade.

Se ele gosta de cinema, ela não gosta e prefere teatro. Por que não entrar em um acordo de bom senso? Onde uma vez vão ao teatro, outra ao cinema. Ambos estarão satisfeitos, agradarão o par e ainda podem desfrutar de um lazer que antes não apreciava e que pode aprender a gostar.
Ele adora jogar futebol com os amigos de infância aos sábados à tarde. Bom momento para ela ir com as amigas ver vitrines no shopping. Depois do futebol vai rolar um churrasquinho com cerveja entre os amigos, que tal ela aproveitar para fazer as unhas ou assistir aquela comédia romântica com as amigas?

Mas, não, muitas pessoas ao engatar um namoro, abrem mão das amizades e vive uma relação simbiótica, onde um vive para o outro. Fazer alguma coisa fora trabalhar, estudar as sextas ou aos sábados e domingos, nem pensar, pois tudo tem que ser feito com o (a) namorado (a). Esquecem da família, dos amigos, dos programas que lhe fazia bem e pouco a pouco vão perdendo a privacidade e a individualidade.

No início do relacionamento, ela, acorda no sábado faz os seus afazeres do dia, depois vai cuidar das unhas, cabelo, pele, se produzir para sair à noite com o pretendente, a verdadeira produção para seduzir. Ele, não fica ligando, faz as coisas dele, visita um amigo, joga conversa fora, vai para casa se arrumar e buscá-la no horário marcado. Saem para jantar, depois vão beber algo em um barzinho ou dançar, quando não, assistem um filme e ao chegarem em casa suspiram pela noite perfeita que tiveram.

No entanto, meses depois, lá está ela pintando as unhas e cuidando do cabelo na frente dele enquanto ele fica navegando na internet jogado na cama ou no sofá. Ela quer ir ao shopping, ele não suporta olhar vitrines. Ele quer assistir aquele filme de luta e ela quer ir ao show de MPB. Os amigos? Ah, os amigos se falam por e-mail ou aparecem nos churrascos de comemoração de aniversário, porque se toda semana forem aos eventos de amigos de ambos, ela fica estressada porque ele bebeu e vai dirigir admitindo que a turma dele bebe demais ou ele vai achar um tédio as reuniões de amigos dela, pois, sempre toca aquelas músicas que ele detesta.

Então, muitos acabam evitando amigos, eventos para não criar atritos e passam a omitir ou mentir para o outro, indo ver amigos, fazendo happy hours em dias que não vê a pessoa. O que acarreta angústia para alguns por medo de ser descoberto. Viver assim é injusto com quem?

Relacionamento não tem que ser sinônimo de prisão. Você não precisa se sentir refém. A mentira não combina com uma relação próspera e feliz, porque quem mais sofre com a mesma é quem opta por ela.

As discussões viram brigas que começam a ficar constantes. Seja porque são muitos diferentes ou porque estão saturados de um ceder mais que o outro.

Não adianta pensar que casando a situação irá melhorar. Muitos acabam sustentando a relação com essa fantasia mesmo vivendo infeliz e frustrado, teme sair da relação por medo da carência, solidão, não encontrar outra pessoa, não ser amado como acredita que é e vive um relacionamento falido.

...

Os casais felizes são aqueles que têm gostos e objetivos em comum. Que têm suas diferenças, é claro, somos seres únicos, mas que sabem dosar, administrar, que sabem ceder sem deixar de lado a sua identidade, sua individualidade e que se preserva. Isso requer maturidade! E a maturidade independe da idade cronológica.

Sou da opinião que isso de opostos darem certo, só acontece em filmes.

Quando duas pessoas completas se encontram, elas vão agregar ao outro, elas irão se doar, se permitir viver o relacionamento de forma saudável, agradando sem se desagradar. Sabem que pode ter um final de semana incrível ao lado da pessoa amada, e ainda assim continuar sendo profissional, filho, irmão, primo, amigo... Um casal que se ama, sobretudo se respeita e logo se interessa pela vida do outro, isso inclui o interesse em conhecer a família e os amigos da pessoa, se envolver, participar dos eventos e não deixar de lado sua vida, as pessoas que lhe são caras.

Um casal maduro não abre mão dos seus afazeres em prol do outro, mas se adéqua. É claro que uma vez que opta por viver um relacionamento seu comportamento será diferente daquele de quando solteiro (a).

Mas, vivenciam na prática a máxima de que relacionamento serve para alegrar e agregar, nunca para anular e frustrar!

quarta-feira, janeiro 18, 2012

O silêncio e a reserva muitas vezes são nossos melhores amigos... Por Deise Barreto.


O silêncio muitas vezes é o nosso melhor amigo... E a discrição também!

A discrição é para a alma o que o pudor é para o corpo. (Francis Bacon).


Quantas vezes você disse algo e depois de verbalizado parou para refletir e viu que poderia ter dito de outra forma ou evitado o comentário naquele momento ou para aquela pessoa?

Há vários ditos garantindo de que guardar as coisas para si é prejudicial à saúde. Concordo! Em parte... “Engolir sapos” de fato não é bom, mas, às vezes, é necessário! Não são em todos os ambientes ou para qualquer pessoa que podemos expressar o que pensamos. Sou a favor da sinceridade, mas se a mesma irá machucar o interlocutor ou te prejudicar, vale mesmo à pena?

Muitas pessoas fazem questão de dizer o que pensam, no entanto, essas mesmas pessoas não são capazes de compreenderem que o ser humano é único, que a maneira de pensar e agir são distintas.

Por sermos seres únicos, não teremos os mesmos gostos, opiniões e atitudes.

Muitos reclamam que buscam amigos, parentes ou parceiro (a) para desabafar e quase sempre são incompreendidos, recebem críticas ou respostas que denotam descaso.

“Frequentemente sou compreendido por quem não me conhece e incompreendido por quem me conhece” (Artur da Távola).

Por quê? Difícil entender essa citação se pensarmos emocionalmente não é?

No entanto, é perceptível dentro das relações regadas de sentimentos que a compreensão da escuta vem embutida de crítica, ora construtiva, ora não... As pessoas que te ama querem o seu bem e podem de alguma maneira aconselhar, criticar visando seu bem de acordo com os valores dela. Só que sabemos que nem sempre os valores do outro são os mesmos que o nosso.
E quem não gostar de ti em nada influenciará de forma positiva sua exposição ou justificativa frente a algumas atitudes ou opiniões.

Muitas atitudes e pensamentos devem passar pelo crivo da sua consciência e ser elaborado por ti, assim como metas a serem atingidas devem ser estudadas e planejadas por você, depende unicamente da sua pessoa, então deixar tudo explícito pode não ter sentido, pelo contrário, a exposição demasiada a respeito de sua vida, pensamentos, planos pode lhe acarretar danos, críticas e mais conteúdos para elaborar.
Como diz a sabedoria popular, o silêncio é de ouro e muitas vezes é resposta.

As respostas estão dentro de ti! Você é o único responsável pelo seu bem-estar!

Pense nisso!

terça-feira, janeiro 17, 2012

Distimia


Assim como a depressão, a distimia é uma doença do humor.
A diferença é que ela deixa a sensação de que a tristeza faz parte da vida, tornando este sentimento normal no cotidiano das pessoas.
A grande maioria não buscam tratamento para uma melhor qualidade de vida por não acreditarem que há um resultado positivo ou por não considerar como doença esse estado de tristeza constante.
Atualmente é muito fácil reconhecer pessoas vivendo essa problemática e vale a pena elucidá-las.
Vale ressaltar que o diagnóstico deve ser realizado por um profissional da saúde e o tratamento satisfatório é realizado com psicólogo e psiquiatra, a medicação neste caso é importante.

Vamos evitar os rótulos, pois é muito comum confundir doenças com estados normais do ser humano. Momentos de introspeção, dias de tristeza, oscilações de humor acabam sendo natural e fazem parte da homeostase psíquica dos seres humanos.

Deise Barreto.



Distimia por Drauzio Varella.

Distimia é um tipo de depressão crônica, de moderada intensidade. Diferentemente da depressão que se instala de repente, a distimia não tem essa marca brusca de ruptura. O mau humor é constante. Os portadores do transtorno são pessoas de difícil relacionamento, com baixa auto-estima e elevado senso de autocrítica. Estão sempre irritados, reclamando de tudo e só enxergam o lado negativo das coisas. Na maior parte das vezes, tudo fica por conta de sua personalidade e temperamento complicado.

Sintomas
O principal sintoma é a irritabilidade, mas existem outros:
* Mau humor;
* Baixa auto-estima;
* Desânimo e tristeza;
* Predominância de pensamentos negativos;
* Alterações do apetite e do sono;
* Falta de energia para agir;
* Isolamento social;
* Tendência ao uso de drogas lícitas, ilicítas e de tranquilizantes.

Diagnóstico
O diagnóstico é eminentemente clínico. O dado mais importante a considerar é a manifestação dos sintomas durante pelo menos dois anos consecutivos.
Via de regra, os portadores de distimia desenvolvem concomitantemente episódios de depressão grave. Quando se recuperam, porém, retornam a um patamar de humor que está sempre abaixo do nível normal. A maior dificuldade é que raramente se dão conta do próprio problema. Acham que o mau humor, a falta de prazer e interesse pelas coisas e a tristeza que não dá trégua fazem parte de sua personalidade e do seu jeito de ver o mundo, e quase nunca procuram ajuda.

Diagnosticar o transtorno precocemente e introduzir o tratamento adequado é de extrema importância, uma vez que por volta de 15% a 20% dos pacientes tentam o suicídio.

Prevalência
A distimia pode aparecer na infância ou numa fase mais tardia da vida. O mais comum, porém, é que surja na adolescência. Há evidências de que muitos idosos já tinham manifestado sinais do transtorno na adolescência.
Na infância, acomete igualmente meninos e meninas. Depois, é mais prevalente nas mulheres do que nos homens.

Tratamento
A associação de medicamentos antidepressivos com psicoterapia tem apresentado bons resultados no tratamento da distimia. Isoladamente, um e outro não funcionam a contento. Embora os antidepressivos corrijam o distúrbio biológico, o paciente precisa aprender novas possibilidades de reagir e estabelecer relações inter-pessoais.
A psicoterapia sem respaldo farmacológico é contraproducente, porque cobra uma mudança de comportamento que a pessoa é incapaz de atingir por causa de sua limitação orgânica.

Recomendações
* Se você conhece alguém sempre de mau humor, irritado, pessimista, considere a possibilidade de que seja portador distimia, um distúrbio do humor para o qual existe tratamento, e tente convencê-lo a procurar assistência médica;
* Fique atento: a distimia, assim como a depressão clássica, pode acometer crianças e adolescentes. Às vezes, esses transtornos estão camuflados atrás do baixo rendimento escolar, do comportamento anti-social e do temperamento agressivo que não conseguem controlar;
* Se, nos últimos dois anos pelo menos, seus amigos e parentes têm comentando que você anda de cara amarrada, irritado, descontente com tudo e com todos, esteja certo de que isso não é normal, procure um médico;
* Não subestime os sintomas da distimia. Para aliviar os sintomas, é comum o paciente recorrer ao uso de drogas e de tranqüilizantes. Em 15% a 20% dos casos, surge ideação suicida;
* Não se engane: não atribua ao envelhecimento, a casmurrice, o mau humor e as queixas do idoso que só reclama e não quer sair de casa. A distimia pode acometer pessoas na terceira idade;
* Mantenha a adesão ao tratamento farmacológico e à psicoterapia. Os medicamentos ajudam a corrigir o problema físico e a psicoterapia, a aprender novas formas de relacionamento.

Fonte:
http://drauziovarella.com.br/

Grupos de Estudos - Os Casos Clínicos de Freud / Psicanálise e Cultura Contemporânea

GRUPOS DE ESTUDOS
Coordenação: Profª. Drª Giovanna Bartucci,
Psicanalista

OS CASOS CLÍNICOS DE FREUD:
UMA LEITURA CONTEMPORÂNEA

Este grupo de estudos tomará os casos clínicos de Freud como disparadores a partir do quais pensaremos a clínica psicanalítica contemporânea e os efeitos que a mesma tem produzido sobre o trabalho do analista – tanto no que diz respeito a sua “condição de escuta”, quanto ao manejo clínico. Será de nosso interesse, também, refletirmos acerca da organização psicopatológica freudiana à luz da contemporaneidade, ao considerarmos as novas formas de subjetivação na atualidade.
Na medida em que entendemos que a psicanálise não é imune ao contemporâneo, o nosso trabalho terá, então, como objetivo mais amplo circunscrever a singularidade da experiência psicanalítica, seu significado e importância nos tempos que correm.

Público-alvo: Profissionais interessados, com experiência clínica

Dia e horário: Encontros quinzenais, às quartas-feiras, das 12h30 às 14h

Início: 08 de fevereiro de 2012
Datas 1º semestre de 2012: Fevereiro: 08 e 22 | Março: 07 e 21 | Abril: 04 e 18 Maio: 09 e 23 | Junho: 06 e 20
Local: Rua Pará, 50 – cj. 63 – Higienópolis – Cep. 01243-020 – São Paulo – SP
Forma de seleção: Entrevista preliminar

Informações e inscrições: Tel.: (11) 2691-5885; (11) 8202-3917
gbartucc@giovannabartucci.com.br | gbartucc@uol.com.br

PSICANÁLISE E CULTURA CONTEMPORÂNEA

Com o objetivo de refletir acerca das relações entre psicanálise e cultura contemporânea, este grupo de estudos se deterá nos textos freudianos sobre o tema para compreender as relações estabelecidas entre psicanálise e modernidade, no que diz respeito ao tempo, ao espaço, aos movimentos sócio-históricos e fenômenos culturais e artísticos.
Na medida em que Freud não faz distinção entre os termos “cultura” e “civilização”, uma vez que é por meio da apropriação da Kultur (conjunto de produções humanas tanto sociais, quanto culturais) que o sujeito realiza a sua Bildung (formação pessoal), será somente num segundo momento que trabalharemos na direção de construir uma reflexão que pretenda, então, compreender o contemporâneo por meio do instrumental freudiano.

Público-alvo: Aos interessados na temática.

Dia e horário: Encontros quinzenais, às quartas-feiras, das 12h30 às 14h

Início: 15 de fevereiro de 2012

Datas 1º semestre de 2012: Fevereiro: 15 e 29 | Março: 14 e 28 | Abril: 11 e 25 | Maio: 16 e 30 | Junho: 13 e 27
Local: Rua Pará, 50 – cj. 63 – Higienópolis – Cep. 01243-020 – São Paulo – SP
Forma de seleção: Entrevista preliminar

Informações e inscrições: Tel.: (11) 2691-5885; (11) 8202-3917
gbartucc@giovannabartucci.com.br | gbartucc@uol.com.br

Coordenação: Giovanna Bartucci
Psicanalista, ensaísta, Profª. Drª. em Teoria Psicanalítica (UFRJ), com formação em Estética da Recepção pelo Bates College (EUA) e ex-Membro Efetivo (1993-2007) do Departamento Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae (SP).

Crítica associada à Associação Brasileira de Críticos de Arte (abca-SP), à Modern Language Association (MLA-EUA), idealizou e organizou a coleção Psicanálise e Estéticas de Subjetivação (Imago), composta pelos volumes Psicanálise, Cinema e Estéticas de Subjetivação (2000), Psicanálise, Literatura e Estéticas de Subjetivação (2001), Psicanálise, Arte e Estéticas de Subjetivação (2002). É autora de Fragilidade Absoluta. Ensaios sobre Psicanálise e Contemporaneidade (2006, Planeta), Borges: a Realidade da Construção. Literatura e Psicanálise (1996, Imago) e Duras: a Doença da Morte. Um Direito de Asilo (1998, Annablume).

Balada por Deise Barreto


Estamos vivenciando uma era onde temos mais conhecimento, mais facilidades, mais diversão e menos valores, menos relacionamentos duradouros e menos famílias estruturadas.

Os tempos mudaram...

Hoje homens e mulheres assumem cargos e salários compatíveis com seu grau de instrução, adquirem bens, batalham em prol da realização de seus sonhos e de repente se deparam com a solidão... Como diz Soseki Natsume “A solidão é o preço que temos de pagar por termos nascido neste período moderno, tão cheio de liberdade, de independência e do nosso próprio egoísmo”.

Frequentemente converso com pessoas maduras que hoje estão bem profissionalmente, que parte de seus objetivos já foram ou estão sendo alcançados, mas reclamam que no amor, nada acontece! E o mais interessante é que a maioria buscam se convencer do contrário na...

BALADA...

Homens cansados de ir para a balada e visualizarem várias mulheres seminuas, oportunistas que estão dispostas a uma boa noitada com eles em troca de bebidas e/ou viagens sem despesas. Eles se sentem atraídos pela beleza física, saem com elas mesmo sabendo que não é o tipo que eles buscam conscientemente. No entanto, quando estes homens encontram uma mulher inteligente, independente, madura e com valores, acreditam ter encontrado a parceira certa para casar, mas se assustam, muitos não sabem lidar, pois embora admiram e desejam esse tipo de parceira para compartilhar uma vida, ainda têm resquícios do machismo que deveria ter ficado no passado... Sentem-se inseguros, fora do controle e em muitos casos optam por se envolver com alguém que seja submissa, que o deixe sentir-se superior. Como se dentro de uma relação alguém tivesse que ser superior ao outro...

FATO. A grande maioria dos homens bem sucedidos admiram e temem mulheres bem resolvidas!

Como o contrário é verdadeiro. Muitas mulheres donas de si, que não sustentam a relação, que perdem a linha ao lidar com homens batalhadores e donos de si como elas, buscam na maioria dos casos inconscientemente parceiros ‘inferiores’ sejam na personalidade ou na profissão para poderem dominar a relação e decisões da mesma.
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As mulheres que acabam se vulgarizando, nem sempre são oportunistas ou indignas, mas entram num modismo, numa competição com as outras mulheres e acreditam que só podem ganhar o olhar de um homem se estiver como as demais, por isso olhamos as vitrines das lojas recheadas de vestidos curtíssimos e colados.

Quando não as clínicas de cirurgias plásticas cada vez mais, cheia de garotas em busca de prótese de silicone, lipoescultura, porque não podem se apresentar nas festas badaladas sem atrativos da moda.

Vivemos um consumismo demasiado em prol da conquista.

Não sou contra a vaidade, a cuidar de si própria, de pessoas que sempre estão buscando se sentir bem através de cuidados da pele, corpo e cabelo, independente de ser homem ou mulher, mas atualmente uma grande maioria vive em prol disso, se preocupam tanto com o físico, mas deixam de lado a parte mental e espiritual. E nem sempre o cuidado com o físico tem a ver com saúde... Tanto que o uso de anabolizantes está mais comum do que antigamente.

Só somos saudáveis quanto encontramos o equilíbrio: fisicamente, mentalmente e espiritualmente.

É claro que não podemos generalizar, sou contra a generalização em qualquer situação ou assunto.

Existem homens e mulheres com autoconhecimento, que admira e busca de forma consciente um parceiro (a) que tenha as mesmas características, que visam caminhar lado a lado em prol de um mesmo objetivo, seres completos que buscam uma relação para somar, agregar e viver feliz!

Então, como explica as ‘baladas’ lotadas de pessoas maduras, inteligentes, com bom papo, bonitas, sozinhas e carentes? Elas próprias se rotulam como azaradas para o amor... Será que podemos chamar isso de azar? Outros dizem que é culpa das facilidades da contemporaneidade, onde as pessoas cansam de buscar o par ideal e se divertem com o que aparece.

A meu ver não, o que acontece é uma ambivalência desmedida, ao mesmo tempo que muitos querem alguém de tal forma, atraem pessoas oposto do ideal estabelecido. Nossas escolhas inconscientes nos traem, pois nem sempre o que acreditamos como ideal é o que damos conta, seja por insegurança, carência, baixa autoestima, traumas de relações passadas...

Como mudar isso?

Trabalhando a autopercepção, a autoestima e se autoconhecendo, porque no fundo só nós sabemos o que nos faz bem e feliz.

Enquanto o ser humano viver preocupado em agradar a sociedade, em entrar nas estatísticas, veremos muitos casamentos, pais e famílias falidas.

De repente o que faz tal pessoa feliz não é um casamento, a maternidade ou paternidade, mas insistem nisso porque precisam cumprir um protocolo. Os tempos, os valores mudaram, mas as cobranças da sociedade não e isso continua mexendo com as decisões e vida dos seres humanos!

Stephen Covey foi muito feliz nesta citação: O que você é, o seu caráter, comunica-se de modo muito mais eloquente do que o que você faz.


Se você muitas vezes se acha diferente do que a contemporaneidade lhe apresenta, não tenha medo de ser você mesmo, viva sua vida ao seu modo e sem dúvidas o seu estado de espírito FELIZ sobressairá. Não permita que seus valores se diluem, pense nisso!