quinta-feira, junho 12, 2014

DR - Discutindo a Relação

DR - Discutindo a Relação
(Como salvar o amor da rotina).
Há quem diga que mulher adora uma DR (discutir a relação).
Aí eu te pergunto: Só as mulheres?

Atualmente me deparo com mulheres reclamando que o parceiro vive tentando discutir a relação.
Pois é, foi o tempo em que só mulheres provocavam o diálogo no relacionamento. No entanto, confesso que fico feliz deste contexto viver transformações. Afinal, comunicação é tudo!
Toda relação humana requer atenção, seja entre pais e filhos, irmãos, chefe e funcionário, homem e mulher. A partir do momento que existe convivência com outra personalidade há conflito, mas o mesmo perdura ou não dependendo de como os personagens deste enredo conduzem a situação.

Quantas vezes você deixou de expor um ponto de vista com receio de magoar o outro?

Quantas vezes você falou sem pensar, ofendeu e se arrependeu?

Como eu sempre falo para se viver bem é necessário equilíbrio. Viver os extremos nunca será confortável. E podemos falar sobre o que quisermos desde que saibamos usar as palavras certas e no tempo adequado.

Muitos casais chegam ao consultório, insatisfeitos ou frustrados com o relacionamento, por estarem vivendo a relação monótona e acabam confundindo com o fim do amor.
Mas, se observarmos muitos casais com o tempo de convivência perdem aquele combustível do inicio, percebem?
Quando duas pessoas se encontram e se apaixonam, na grande maioria dos casos lutam juntas durante a fase de sedução para que o relacionamento flua, esquecem o cansaço, o tempo, se esforçam para estarem juntas e agradar mutuamente. Se for desta maneira que a paixão foi transformada em amor, se há felicidade em estar junto, o que motivou tudo mudar e cair na rotina?

Muitos terão várias justificativas distintas, mas no fundo a verdade é uma só, houve acomodação, ‘já conquistei, já tenho, amo, sou amada (o) e basta’. Vão permitindo com esse pensamento seja ele consciente ou inconsciente que a relação esfrie, pois deixaram de colocar combustível na mesma.
E aí se resolvem se separar e anos mais tarde na nova relação se deparam com a mesma situação, isto é, se não souberem conduzir de maneira diferente, novamente ocorrerá frustração.

Se no ambiente profissional você permitir que a rotina te deixe relapso e intolerante, a chance de você ser substituído será grande. Logo, na relação amorosa não é diferente, mas o amor é algo tão sublime e se lá atrás você escolheu alguém para compartilhar da vida contigo, por que não lutar?
Por que não expor o que pensa, sente, o que faz falta?
Não apenas isso, mas também ser exemplo, também fazer por onde, agir como gostaria que o outro agisse, pois somente desta forma você terá como cobrar algo, mas não que você tenha que fazer buscando algo em troca, faça por vontade própria, por amor.
Não existe relação sem amor.
Não existe relação sem diálogo.

Lembrando que ninguém precisa viver uma vida infeliz se já não há mais amor e pode finalizar a relação com respeito por tudo que a pessoa significou na sua vida, na sua história...

Segundo o saudoso Paulo Goulart que viveu um exemplo de relacionamento com a atriz Nicette Bruno por 60 anos... “A vida é um aprendizado permanente. Se não exercitar a paciência e o entendimento, se briga por bobagem”.

O relacionamento precisa ser regado constantemente e quem disse que viver uma DR é o fim de tudo?
Pode ser apenas o começo ou recomeço do que não tem fim...

Deise Alves Barreto de Matos, psicóloga clínica e psicossomatista.

(Texto elaborado para a sessão Família da Revista Bem Mais, especial dia dos namorados - Jun/2014).

terça-feira, maio 20, 2014

Mãe possessiva

Como se auto identificar e se auto controlar
Mães que amam demais! Justificativa de muitas mulheres perante o rótulo que ganham de “mãe possessiva”. Rótulo esse, que parte na maioria das vezes dos próprios filhos.

Em qualquer relação amar demais nunca será sinônimo de posse ou de controle. Quem ama, cuida, mas não sufoca. O comportamento possessivo é típico de uma pessoa insegura e controladora e vivenciar este comportamento, acarreta muita angústia no vínculo mãe e filho.
É natural durante a gestação que a mulher vivencie a preocupação materna primária, conceito de Donald Woods Winnicott (1896-1971), pediatra e psicanalista inglês. Winnicott chamou de preocupação materna primária o estado de preocupação inicial da mãe para com o seu bebê, um estado necessário para a qualidade do vínculo mãe-bebê. Neste estado a mãe entra em um processo introspectivo onde o foco é o seu bebê. Esse tipo de preocupação é fundamental para a boa relação entre eles e isso favorecerá a constituição dessa nova vida, enquanto sujeito. No entanto, é necessário após o nascimento que gradativamente a mãe volte a se preocupar com outras questões, além do filho, para que não passe para um estado patológico, onde ambos serão prejudicados.

Já diziam os antigos...“Os filhos são para o mundo.”

A maternagem requer inúmeros fatores, mas o excesso nunca será saudável, em nada, inclusive nas relações humanas. Quando acreditamos poder controlar uma outra vida, como se estivéssemos protegendo-a, a probabilidade de se frustrar futuramente é grande. Pois, muitas circunstâncias fogem ao nosso controle. Quando a mãe protege em demasia seu filho, devido a sua insegurança, estará contribuindo para que ele também seja inseguro, comprometendo o desenvolvimento sadio e como consequência, formará um adolescente ou adulto com inúmeros conflitos internos.

É fácil julgar o comportamento das mães possessivas, mas a angústia delas é grande, o medo de que algo ruim aconteça ao filho a coloca em estado de alerta constante. Então, ela perde o senso e age espontaneamente sufocando, controlando e se esquecendo de que aquele ser precisa ter autonomia e liberdade de escolha. Enquanto é criança, o controle consegue ser maior e eficaz, dentro da visão da mãe, mas na adolescência e vida adulta tais atitudes podem gerar muitos conflitos e danos ao vínculo mãe e filho. Quanto ao filho, independente de como ele reage a essa relação e às consequências psicológicas sofridas por este amor possessivo desde o início da vida, poderá buscar maneiras de fugir ou não desse controle excessivo.

Cuidar da mente, elaborar traumas, lidar com os nossos medos é fundamental para que tenhamos equilíbrio e inteligência emocional. Quando não estamos bem, não conseguimos ajudar ninguém, muito menos educar outro ser. Viver a maternagem requer manejo para que seja bem sucedida. Ser mãe é educar, cuidar, brigar, chorar, brincar, sorrir, ajudar, mudar, se preocupar, se irritar... É, sobretudo saber amar com leveza.

Deise Alves Barreto de Matos, psicóloga clínica e especialista em psicossomática.
psicologa.deise@gmail.com / www.psi-deisebarreto.blogspot.com

Família x Câncer

A importância de cuidar de quem cuida

Existem estudos que focam no impacto da descoberta do câncer pelo paciente e como a notícia é recebida pela família e/ou cuidadores diretos, que geralmente são aqueles que os acompanham ao médico, ministram medicamentos, entre outras tarefas pertinentes. Geralmente, este cuidador é a mãe ou pai, o (a) cônjuge, a irmã (ão), a filha (o) ou outro parente próximo e que resida com o paciente.
No entanto, é perceptível dentro das pesquisas realizadas até o momento, que embora sabe-se da importância de uma maior atenção aos cuidadores, pela sobrecarga emocional e física a eles despendida, não foram encontrados muitos estudos que abordem a psicoterapia para estes. O olhar para a realidade dos pacientes e seus familiares é mínimo, perto da complexidade que o lidar com a luta contra o câncer implica na vida de todos os envolvidos. Eu sempre digo: “Os familiares de pessoas com doenças graves, que desestabilizam a família, precisam de ajuda profissional para lidar com a complexidade do problema e conflitos internos, que geralmente vem à tona frente a tal situação.”
“Embora seja difícil, manter-se sereno e buscar o autocontrole é fundamental para lidar com o tratamento e o passo a passo ao longo da luta contra a doença.”
Esses familiares, obtendo esclarecimentos e acompanhados profissionalmente, estarão melhor preparados para lidar com familiar adoecido, livres de estigmas e culpas. A exemplo da figura materna, que inclusive se culpa muito quando algo foge ao padrão estabelecido, então é necessário tratar esta mãe, que ao culpar-se ficará instável, podendo adoecer e consequentemente ficar impossibilitada de ajudar o filho. Ao lidar com alguns cuidadores é perceptível que o sentimento de culpa é comum, independente do grau de parentesco.
O câncer surge sem aviso e surpreende todos os membros de uma família. O impacto é desestruturador. Afinal, lidar com uma doença e seus imprevistos nunca será simples. Mesmo vivendo em um mundo globalizado e cheio de novas descobertas da medicina, a realidade é bem diferente. Existe ainda muita desinformação e alguns profissionais não utilizam um manejo, uma maternagem, necessária para lidar com o paciente que receberá tal diagnóstico.
Embora seja difícil, manter-se sereno e buscar o autocontrole é fundamental para lidar com o tratamento e o passo a passo ao longo da luta contra a doença. Além disso, com o apoio da família, ajudando e levando força ao paciente, contribuirá diretamente para sua serenidade e confiança em busca da cura.
A psicoterapia, seja no hospital ou no consultório, é tão importante para o paciente quanto para o familiar mais próximo, o cuidador, pois desta maneira, ambos estarão cuidando do psicológico que é fundamental para o equilíbrio necessário durante toda a trajetória da luta contra o câncer.
O paciente, ao sentir-se amado, cuidado, e percebendo a esperança nos olhos dos que lhe são caros, entende que vale a pena lutar, viver e não se entregar. Muitos se preocupam em não passar problemas e tristezas para a família e escondem o sofrimento pelo qual têm passado. Mas esta não deve ser uma luta solitária, não se deve esquecer que este é um momento de união, onde um ajuda o outro. E de acordo com os avanços da medicina, a luta contra este mal vem sendo cada vez mais vitoriosa.

Deise Alves Barreto de Matos, psicóloga clínica e especialista em psicossomática.

Sexo Forte

Os desafios e vitórias fazem parte da vida de toda mulher

Analisando as transformações na rotina feminina, ao longo das últimas décadas, perceberemos a evolução na sua autonomia, com mudanças relevantes. Mas a essência, ah, a essência, essa continua a mesma. Segundo Oscar Niemeyer “Não há nada mais importante que a mulher, o resto é bobagem.” Não sou a favor de dizer que o resto é bobagem, livre de feminismo, mas que a mulher é muito importante na história do mundo, ah, isso é. Tão lindas, complexas e especiais!

A mulher na contemporaneidade vivencia várias faces de maneira exemplar. Convivemos com a mulher mãe, a mulher esposa, a mulher filha, a mulher amiga, a mulher dona de casa, a mulher profissional com carreira bem sucedida, se desdobrando em várias e dando conta de tudo o que se submete a fazer.

Em décadas passadas nos deparávamos com a mulher que saía cedo da casa de seus pais e formava uma família, cuidando do esposo, dos filhos e da casa, costurando, bordando, pintando, cozinhando, limpando, lavando e passando. Passava o dia em meio a tantos afazeres domésticos que uma minoria delas teve a oportunidade de estudar, de se dedicar a uma profissão, de se dividir entre os serviços do lar e de uma carreira.

Atualmente, é mais comum a mulher que se dedica aos estudos, se empenha para obter sucesso na carreira escolhida e agora compete com os homens a altos cargos executivos. Quem poderia imaginar isso no passado? Pouco a pouco muitos homens foram aceitando e respeitando o espaço da mulher no mundo corporativo. É fato. Homens bem resolvidos, livres de preconceitos e machismos, apoiam suas parceiras a crescem intelectual e profissionalmente juntos. Quanto avanço desde que o mundo é mundo!

Hoje a grande maioria das mulheres vivenciam relacionamentos de parcerias, ambos buscam estabilidade financeira, vivem em prol da construção da família, do crescimento pessoal e profissional. Porém, independente do seu estado civil, é mais independente e segura de si. Conquista seus objetivos em todos os aspectos, vive uma rotina complexa e muitas vezes tumultuada, trabalha, estuda, malha, paga as suas contas, mora sozinha, faz produção independente ou se casa, se responsabilizando na maior parte pela organização das tarefas do lar, cuida do marido, do(s) filho(s), vai ao trabalho, estuda, busca a criança no colégio, leva para a atividade física, vai para a academia, passa no supermercado, prepara o jantar, vê e ajuda a lição do filho, adoece e ainda precisa encontrar tempo para cuidar das unhas, dos cabelos, para ser filha, irmã, tia, amiga e amante.

Ufa! Cansa só de ler não é mesmo?!

Como pode um ser tão frágil, ser tão forte e tão sábio a ponto de administrar tão bem o seu pouco tempo para dar conta de tantas responsabilidades? As respostas algumas sabem dar sem sequer pestanejar.

A mulher ao meu ver é um ser admirável, possui virtudes e defeitos. Mas é especial em sua essência, força e potencial. Tem colo que acolhe, abraço que abraça, força inexplicável, garra incomparável. A mulher que reconhece o seu valor se permite viver a sensibilidade inerente a ela, mesmo quando é necessário ser forte, principalmente nos maus momentos. É lindo de se ver e conviver. A mulher é abençoada por Deus e bonita por natureza, disso eu tenho certeza!

Deise Alves Barreto de Matos, psicóloga clínica e especialista em psicossomática.

psicologa.deise@gmail.com / www.psi-deisebarreto.blogspot.com

Crianças especiais, pais especiais!


Como o amor e a dedicação podem superar o desafio de cuidar de um filho especial

Um casal, ao planejar a chegada de um bebê, vivencia o momento pré-gestação e gestação com grande expectativa. Ambos criados de maneiras distintas compartilharão este sonho, vão projetar ideais de como este filho deve ser. Isso cabe, a meu ver, em qualquer gestação, pois mesmo quando não planejada, os pais tendem, após digerir a boa nova, a realizar projeções diversas. E então, escolhem o nome, o time de futebol, a escola e muitos, até a carreira que o filho irá seguir. Esperam que tenha o sorriso da mãe, os olhos da avó, o jeito do pai, que venha com saúde e traga muitas alegrias.

Passados os nove meses, eis que nasce o filho tão esperado... Muito mais especial do que imaginavam... Alguns pais ou avós se revoltam com a idealização frustrada... Mas a grande maioria, não. Isto é gratificante ao lidar com pais especiais. Aqueles pais ou um dos dois, que gerou tanta expectativa sobre a chegada daquela criança, não se revolta, porque nascem também uma nova mãe e um novo pai, ou pais muito especiais, que irão mudar as circunstâncias de suas vidas em prol desta criança enviada a eles como um presente.

“Amar, cuidar e educar uma criança especial requer sensibilidade, disponibilidades interna e externa, maturidade que independe da idade cronológica dos pais.”

Amar, cuidar e educar uma criança especial requer sensibilidade, disponibilidades interna e externa, maturidade que independe da idade cronológica dos pais. Essa família viverá uma missão belíssima que é a de viver em uma sociedade com tantos estigmas, mas atualmente com mais possibilidades, onde possam se aprimorar em todos os sentidos. Respeitando o tempo e necessidades da criança, enxergando juntos o lado positivo através desta nova realidade. AFINAL, NADA NESTA VIDA É POR ACASO!

Tive a oportunidade de conhecer um jovem casal que projetou sonhos na primeira gestação. O nome escolhido para o bebê já veio carregado da ideia de que o menino se tornasse jogador de futebol. Tudo correu bem durante a gravidez, mas no momento do parto, a falta de oxigênio no cérebro da criança acarretou problemas sérios. Os médicos deram pouca expectativa de vida para o menino. E mesmo sem o apoio das famílias, os pais mudaram toda sua vida em prol dos cuidados com a criança. Naquele dia, além do bebê, nasceram dois novos seres humanos. A mãe, abriu mão da vida profissional, devido aos cuidados constantes que a criança necessitava, ela acreditava que somente a mãe poderia amar e cuidar da forma que ele merecia e necessitava.

Os médicos se enganaram, a estimativa de vida superou qualquer diagnóstico. Hoje o menino conta com

23 anos, não fala, não anda, depende da mãe em 100%, seu nível de autonomia é zero. Embora seja uma família de poucos recursos financeiros, a mãe sempre está sorrindo com cada mínima evolução no quadro do seu filho. Ela se transformou em uma pessoa paciente, tolerante, sorridente desde o nascimento do seu menino. Ao lado do seu esposo e de sua filha de 20 anos, muito saudável, amam incondicionalmente este ente querido tão especial, que transformou a vida deles e modificou o olhar desta família frente ao que realmente importa dentro de um lar. Compreendendo que são sim bem aventurados e que foram presenteados com um anjo mais que especial.

Deise Alves Barreto de Matos, psicóloga clínica e especialista em psicossomática.

psicologa.deise@gmail.com

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quinta-feira, outubro 31, 2013

Cuidado! O stress do trabalho pode destruir sua vida.

Sigmund Freud dizia: “Não posso imaginar que uma vida sem trabalho seja capaz de trazer qualquer espécie de conforto. A imaginação criadora e o trabalho para mim andam de mãos dadas; não retiro prazer de nenhuma outra coisa”. Concordo com Freud e penso assim, desde que saibamos dosar a energia despendida para o trabalho que escolhemos desenvolver em nossa vida! É de extrema importância o trabalho na vida do indivíduo. “Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida”. Confúcio foi muito feliz nesta citação. Quando nos encontramos em uma profissão, estudar, trabalhar é prazeroso e o sucesso, acaba sendo consequência. Mas, a inteligência emocional em muito influenciará, como tudo na vida!

Fica perceptível para mim diante da escuta clínica e da observação em ambientes profissionais, que independente da escolha profissional, do acerto na mesma, o nível de stress tem aumentado em várias áreas.

O stress é a resposta fisiológica, psicológica e comportamental de um indivíduo que procura se adaptar e se ajustar às pressões internas e/ou externas. Essas pressões vivenciadas no dia a dia, no âmbito profissional vão potencializando ao ponto de adoecer o indivíduo e afetar o seu relacionamento familiar, por exemplo.
Atualmente se pesquisarmos quantos profissionais tem se afastado do trabalho por problemas psicológicos acarretados pelo stress, o índice é altíssimo. Como exemplo, entre educadores e bancários.

Para vivermos de maneira saudável, precisamos viver com equilíbrio. Despender a nossa energia de acordo com cada área da nossa vida, é um bom começo. Tem o momento de ser e vivenciar o profissional, a família, as amizades e ter outras ocupações além do campo profissional, justamente para equilibrar a energia despendida. Quantos profissionais passam quase 20 horas fora de casa envolvidos com o trabalho? A resposta pode lhe surpreender, mas muitos. E temos também os casos onde o profissional trabalha apenas as suas 8 horas diárias, mas com um nível de pressão tão grande que propicia uma fadiga ao final do dia, tornando o incapaz de ter energia para qualquer outra tarefa e é aí que a doença aparece.

Vale ressaltar que a pressão interna em muitos casos acaba sendo maior que a externa, e tão potencializadora que imobiliza o indivíduo, cabe buscar ajuda profissional para tratar isso, quando não consegue por conta própria.

Temos outro lado, onde buscar no trabalho a fuga para deixar de pensar em problemas de ordem pessoal, o que também contribui para a estafa mental, o stress, a doença.

E você?

Em que nível coloca o trabalho na sua vida?

Enquanto tivermos saúde para trabalhar e se fizermos com prazer é válido toda a energia colocada em prol, além de vivermos com mais conforto, realizarmos sonhos, mas desejar que o dia se transforme em 30 horas para dar conta de todo o trabalho, deixando de lado a qualidade de vida, os demais prazeres que a vida nos proporciona ao lado da nossa família e amigos, cuidando da mente e corpo, é hora de parar e repensar em que consiste a sua vida.

Viva com saúde e com qualidade, para sermos eficientes e eficazes é preciso manter o equilíbrio em qualquer área da nossa vida. Pense nisso!

Deise Alves Barreto, psicóloga clínica e psicossomatista.
psicologa.deise@gmail.com / www.psi-deisebarreto.blogspot.com

Texto elaborado para a sessão família da revista Bem Mais Osasco, edição Nov/2013.

Receba o amor por Tadashi Kadomoto

Como vocês se relacionam com o amor?
Ser Inteligente Emocionalmente é saber lidar com a sua afetividade e com a afetividade do outro.

Reflita: Você consegue demonstrar com facilidade o seu amor? Você se permite receber amor?

Acredito que para amar é necessário se ENTREGAR. E isto significa deixar de ficar analisando e se apegando a velhos preconceitos.

Amar é ter a coragem de dar um salto no abismo; É acolher o novo com alegria e o coração aberto.

Quantas vezes nos relacionamos afetivamente com alguém e queremos manter o controle, querendo que as coisas aconteçam da nossa maneira?

Isto não é entrega, isto não é amor…

Ser amado e amar significa entrega e intimidade, isto é, estar em sintonia com os sentimentos e emoções do seu parceiro(a).

Muitas pessoas tem medo de se entregar imaginando que irão perder a individualidade…

Confie e se entregue.

Porque na entrega nos tornamos transparentes para o outro, tiramos as nossas máscaras e isto possibilita que o ser amado nos veja e sinta exatamente como verdadeiramente somos.

“A confiança é o suporte básico para a entrega e necessita ser mútua”.

(Tadashi Kadomoto)

quarta-feira, outubro 16, 2013

COMO SALVAR NOSSAS CRIANÇAS DO CONSUMISMO

A infância é um período de desenvolvimento físico, mais do que isto, é um período onde o ser desenvolve-se psicologicamente, envolvendo graduais mudanças no comportamento e nas bases de sua personalidade. Se compararmos a infância em décadas anteriores ao ano de 2000, perceberemos muitas mudanças. Tempos atrás as crianças viviam sua ingenuidade, espontaneidade, como constatou Winnicott, pediatra e psicanalista inglês, a importância do brincar e dos primeiros anos na construção da identidade pessoal. Como também a importância do ambiente. A criatividade é de extrema importância no brincar, a partir disto, o indivíduo cria subsídios para dar conta de muitos aspectos ao longo da vida.

Na contemporaneidade o consumismo desenfreado toma conta da vida dos adultos e da realidade infantil. Crianças e adolescentes trocaram brincadeiras e brinquedos simples por eletrônicos ou por uma vida de imitação dos adultos. Hoje, é comum trocar a festa com tema infantil pela festa infantil no cabeleireiro, uma cirurgia plástica no lugar da festa de debutante. Meninas com o desejo de ser mulher precocemente e de forma mais intensa que antigamente.

Crianças comprometidas, além da escola, com o curso de idiomas e com esportes, entretenimentos no Ipad ou Xbox, sem contar o celular moderno, que não pode ficar para trás diante dos colegas da escola. Enfim, o ser humano sempre foi competitivo, desde que o mundo é mundo, as crianças sempre quiseram brinquedos bacanas como os dos amigos, mas o limite, penso, era imposto mais acertadamente em décadas passadas.

As crianças podiam até se frustrar, mas a frustração é necessária para a estruturação da personalidade. O NÃO é importante e antigamente era dito com mais frequência, os pais explicavam que nem tudo que se quer se pode ter ou pelo menos, não naquele momento. Pais até presenteavam os filhos, mas em uma data especial e se realmente fossem merecedores. Atualmente vemos pais que trabalham muito e abrem mão de muitas coisas para deixar o filho ‘na moda’. Os pais estimulam os filhos ao consumismo e a uma briga de egos. “Meu filho estuda em tal escola, pratica tal esporte, possui tal eletrônico...” Pais competem e filhos reproduzem essa competição. Vivemos a era do imediatismo. O que por um lado beneficia os pais. “Trabalho muito e não tenho tempo para lhe dar atenção. Dou eletrônicos e você me deixa em paz!”.

Com o mercado aquecido, homens e mulheres inseridos, com mais oportunidades de proporcionar ‘coisas’ aos filhos, que se adaptam com a tecnologia e com presentes, enquanto se perdem a brincadeira, a troca espontânea, a conversa, a família à mesa do jantar, a reunião para assistir a um programa na sala, é mais cômodo cada um ir para o seu quarto assistir a sua televisão ou mexer no seu notebook. O consumismo acaba sendo um ganho secundário para ambos, pais e filhos, mas a essência da família vai se perdendo e a ‘falta’ do que realmente importa é nítida no vazio de muitas relações.

Deise Alves Barreto, psicóloga clínica e psicossomatista.
psicologa.deise@gmail.com / www.psi-deisebarreto.blogspot.com


Texto elaborado para a sessão Família da Revista BMO - edição Out/13.

segunda-feira, setembro 02, 2013

Avós - O maior amor do mundo

Avós

O maior amor do mundo



Certa vez, li uma frase do Victor Hugo que dizia:“Há pais que não amam os filhos, mas não existe um só avô que não adore o neto”. Então, parei para refletir sobre os avôs e avós contemporâneos.

Vivemos em um tempo onde muitos casais optam por ter seus filhos mais tarde, após estarem estabilizados financeiramente. E quando isso acontece, a maioria dos avós já está na terceira idade, o que nos países desenvolvidos se considera a partir dos 60 anos.

Nascemos, crescemos, amadurecemos e morremos... Eis a lei da vida. E a grande missão dos pais é envelhecer e partir após os filhos estarem casados e amparados. Quantas vezes ouvimos a frase: “Agora que o meu/minha filho(a) se casou, posso descansar, a minha missão está cumprida!”. Ledo engano. Porque tempos depois, vêm os netos!

Para um homem ou mulher maduros, que pensam que a missão já foi cumprida após se aposentarem e verem os filhos seguros, poder participar do nascimento de um neto e conviver com eles, é sentir que podem e devem viver mais e melhor, que a vida não está concluída. Há muito a ensinar e a aprender!

O senso comum afirma que avós são pais duas vezes, é amor dobrado. Eu vou além, os avós despendem uma energia fantástica para curtir os seus netos, muitos estão dispostos a amar e cuidar além de suas forças, o que antes do nascimento deles era impensável. Pode existir amor mais puro?

Fica inteligível que os avós, em muitos casos, quando tiveram os seus filhos não puderam oferecer-lhes tempo e energia para brincar e curtir a paternidade e/ou a maternidade. A maioria ficava muito tempo fora de casa trabalhando para criá-los.

Quando chegam os netos após a aposentadoria, por exemplo, ficar com eles é a maior distração, seja cuidando diariamente para que os pais trabalhem ou curtindo os finais de semana. É poder fazer tudo que não fizeram com os seus filhos e em muitas circunstâncias livres da responsabilidade de educar e criar rigidamente. Mas com aqueles velhos e sábios conselhos de quem tem muita experiência de vida!

Lembrando também que muitos avós são pais, além de avós, seja pela morte ou abandono dos pais, precisaram “reaprender” a cuidar de bebês e sem dúvida o fazem com excelência por tanto amor por aquele pequeno ser que é a única certeza de que a vida é eterna naquele que amamos.

Felizes dos que têm o privilégio de verem os seus pais envelhecerem, de poder dar netos a eles e dos netos que convivem desfrutando do maior amor do mundo... O Amor dos avós para com os netos!

Texto elaborado para a sessão Família da Revista Bem Mais
http://www.revistabemmais.com.br/revista.asp
1/9/2013

sexta-feira, agosto 02, 2013

Meu pai. Meu herói. Os desafios de ser “pai” no mundo atual!

Meu pai. Meu herói.


Os desafios de ser “pai” no mundo atual

É perceptível, na contemporaneidade, pais mais presentes e participativos na vida dos filhos, independente de estarem casados ou
não com as mães. O número de mães que atuam profissionalmente e despendem boa parte do seu dia à carreira, é altíssimo; assim como o número de crianças que possuem duas casas.

Com o grande número de nascimentos, filhos de relações casuais ou da separação de casais, a tendência para a divisão de cuidados
destinados aos filhos são relativamente grandes comparados ao passado. Portanto, pais mais acessíveis, visto que outrora eram
apenas provedores e deixavam para as mães os cuidados diários. No entanto, com as mudanças dos últimos tempos esta característica
ganhou nova realidade.

Nas clínicas psicológicas é comum filhos(as) admitirem o quanto são amigos de seus pais, até por ter a liberdade para falar sobre qualquer assunto, o que antes era mais comum na relação com as mães.

Os pais estão mais participativos desde o momento da concepção. Compram enxoval, assistem o parto, dão banhos, trocam fraldas,
dão mamadeiras, acordam a noite; além de levarem ao médico, ir às reuniões escolares, brincarem, ajudarem na lição de casa e automaticamente oferecerem afeto e atenção nos bons e maus momentos, o que contribui para a estruturação da personalidade da criança e a da subsídios para um relacionamento mais próximo e amoroso ao longo da vida dos filhos.

Quando o pai é presente e afetuoso, morando ou não na mesma casa, a relação amiga e o sentimento de proteção tendem a se internalizar no filho que utilizará este exemplo e o reproduzirá ao tornar-se pai ou mãe. Muitos casais preocupam-se em dizer o que é certo aos filhos e esquecem de que o maior ensinamento é o exemplo dado com as suas próprias atitudes.

Se ensinar ao seu filho que mentir é inadequado e mesmo assim mentir, quando por exemplo, não quer atender alguém, estará ensinando-o que mentir não é legal, mas que pode fazê-lo; se demonstra à criança que precisa trabalhar muito para presenteá-lo com os melhores eletrônicos, eles aprenderão que ser pai é ser ausente, é ter dinheiro e poder comprar coisas.

Só pode dar amor, quem recebeu amor! Só pode ser honesto, quem conviveu e presenciou exemplos de honestidade! Só tem limite, quem recebe limite! Hoje é mais fácil dar uma boa estrutura aos filhos em todos os sentidos, mas o que vai ser internalizado por eles e o que poderão reproduzir com os seus netos será o limite imposto, a sabedoria adquirida, os valores e princípios vivenciados e aprendidos com a convivência, rica de bons exemplos e afeto.

Somente desta maneira eles poderão amadurecer dizendo: Meu pai! Meu herói! Meu grande exemplo de ser humano!

Texto elaborado para a sessão Família da edição 25 da Revista Bem Mais Osasco.
http://www.revistabemmais.com.br/
https://www.facebook.com/BemMaisOsascoRevista?fref=ts

Deise Alves Barreto, psicóloga clínica e psicossomatista.
psicologa.deise@gmail.com / www.psi-deisebarreto.blogspot.com

01/08/2013