sexta-feira, agosto 26, 2011

27/08 – Dia do Psicólogo ::Parabéns Psicólogos (as)::



*Ser Psicólogo*

Ser psicólogo é uma imensa responsabilidade.
Não apenas isso é também uma notável dádiva.
Desenvolvemos o dom de usar a palavra, o olhar, as expressões e até mesmo o silêncio.
A capacidade de tirar lá de dentro o melhor que temos para cuidar, fortalecer, compreender, aliviar.

Ser psicólogo é um ofício tremendamente sério.
Mas não apenas isso é também um grande privilégio.
Pois não há maior que o de tocar no que há de mais precioso e sagrado em um ser humano: seu segredo, seu medo, suas alegrias, prazeres e inquietações.

Somos psicólogos e trememos diante da constatação de que temos instrumentos capazes de favorecer o bem ou o mal, a construção ou a destruição.
Mas ao lado disso desfrutamos de uma inefável bênção que é poder dar a alguém o toque, a chave que pode abrir portas para a realização de seus mais caros e íntimos sonhos.

Quero, como psicólogo aprender a ouvir sem julgar, ver sem me escandalizar, e sempre acreditar no bem.
Mesmo na contra-esperança, esperar.
E quando falar, ter consciência do peso da minha palavra, do conselho, da minha sinalização.
Que as lágrimas que diante de mim rolarem, pensamentos, declarações e esperanças testemunhadas,sejam segredos que me acompanhem até o fim.

E que eu possa ao final ser agradecido pelo privilégio de ter vivido para ajudar as pessoas a serem mais felizes.
O privilégio de tantas vezes ter sido único na vida de alguém que não
tinha com quem contar para dividir sua solidão, sua angústia, seus desejos.
Alguém que sonhava ser mais feliz, e pôde comigo descobrir que isso só começa quando a gente consegue realmente se conhecer e se aceitar.

...

Parabéns Colegas pelo nosso dia!
Embora as adversidades sejam muitas ainda, não percamos a essência do nosso propósito enquanto profissional da saúde, da psicologia e que tenhamos como idéia fundamental o que o Jung escreveu com simplicidade, mas foi muito feliz nesta citação:
“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”. (Carl Gustav Jung).

segunda-feira, agosto 08, 2011

O homem e suas disfunções sexuais.


Sexualidade Masculina

Em tempos passados as traições masculinas eram vistas como sinal de virilidade. Vivenciando as quatro etapas funcionais: excitação, ereção, penetração e ejaculação.

A partir de 1970 as feministas com suas críticas fizeram os homens reverem seu comportamento. E isso também contribuiu para que as mulheres se tornassem mais exigentes na escolha do parceiro, pois não esperavam apenas um bom desempenho sexual, mas também envolvimento afetivo e sexual, o que a princípio foi muito complicado para eles que tiveram uma educação baseada na questão que homem não chora, homem não demonstra sentimento. Levando a construir uma imagem deles de que estão sempre pronto para a atividade sexual e desconsiderando momentos difíceis e conflitantes dos mesmos.

Isso é nítido diante da escuta clínica, onde muitas mulheres acham inadmissível a falta de vontade do homem quando elas os procuram, pois ainda é muito viva a questão de que a mulher precisa das preliminares para se sintonizar e ceder ao sexo, e os homens não, bastam um beijo para excitá-los. O que em parte é real, mas não podemos deixar de lado, que os homens também têm seus momentos de ansiedade, insegurança e preocupação.

Vale ressaltar que com as mudanças ocorridas no mundo contemporâneo e o homem deixando de ser o único provedor da família, e nem sempre o principal acarretou crises de identidades masculinas segundo cientistas sociais.

Os homens se deparam atualmente com mulheres inteligentes, bem sucedidas, que sabem o que querem e não dependem mais deles. As mulheres hoje os procuram e muitas parecem insaciáveis na cama, o que acaba assustando e os deixando confusos, deixando os com medo de como seu desempenho será avaliado, comparado e/ou até comentado.

Segundo França (2005), “tantos homens perdendo o desejo, enquanto as mulheres demonstram os seus”.

As disfunções sexuais masculinas é um problema que ocorre há anos, e a resistência deles em busca de tratamento continua grande. Desde 1998 com o início da comercialização do famoso ‘Viagra’, acabou contribuindo para a redução da busca por análise. No entanto, isso foi revertido logo, pois os usuários da pílula masculina perceberam que estavam resolvendo os problemas em parte, e negligenciando os problemas psicológicos associados.

As disfunções sexuais masculinas mais frequentes são:
- Disfunção erétil
- Distúrbios da ejaculação (ejaculação precoce, ejaculação retardada, anejaculação e ejaculação retrógrada)
- Anorgasmia

Disfunção erétil, que substituiu o termo impotência sexual. A disfunção erétil pode ser de etiologia orgânica ou psicológica. Os fatores psicológicos mais comuns são: perda da autoestima, problemas de relação conjugal, insegurança em relação ao desempenho sexual, ansiedade, depressão, doenças psiquiátricas e também desconhecimento básicos sobre a sexualidade.
Problemas orgânicos, uso contínuo de tabagismo e alcoolismo também interferem de forma significativa.
Ejaculação precoce, disfunção geralmente de fundo psicológico, onde o homem ejacula antes do desejado e em muitos casos com uma estimulação mínima sexual, antes, durante ou após a penetração vaginal. A ansiedade acaba interferindo muito, hoje a medicina utiliza medicamentos buscando minimizar esse quadro, mas é necessário lidar também com as questões emocionais relacionadas.
O início da vida sexual parece ter muita influência, inclusive quando os adolescentes não têm locais e tempo para a realização da atividade sexual, e precisam fazer as pressas com receio dos pais chegarem ou quando estão em locais inapropriados onde não podem ter maior intimidade e focarem apenas no que estão fazendo naquele momento, deixando de se preocupar com os estímulos externos.
Ejaculação retardada, é um quadro mais raro de acontecer, levando-se em consideração que um coito normal leva em torno de 3 a 20 minutos, na ejaculação retardada o homem pode permanecer de meia hora a duas horas com ereção prolongada sem que consiga ejacular. Ou seja, há uma dificuldade em ejacular durante a atividade sexual.
Muitos autores consideram a ejaculação retardada como um distúrbio do desejo, mas pode estar associado ao uso de maconha e outras drogas, a quadros depressivos, fantasias inconscientes, desejos homossexuais, sentimento de culpa, medo de gravidez, medo de perder a virilidade, ressentimento com a parceira, preocupação com o tamanho do pênis.
Anejaculação, ausência de ejaculação, ocorrem às sensações orgásticas normais, porém sem a expulsão do sêmen. Segundo França (2005) “[...] o sêmen não é produzido, ou quando os canais que conduzem o fluido seminal do testículo estão ocluídos”. Como causas orgânicas podem ter lesões anatômicas congênitas do sistema genito-urinário, as lesões da medula espinhal e as lesões dos gânglios simpáticos lombares.
Ejaculação retrógrada, o sêmen também não é expelido, e sim disparado para dentro da bexiga, e não pela uretra. É resultante da incompetência de fechamento do colo vesical durante a ejaculação. Qualquer condição que altere a inervação simpática do colo vesical pode causar ejaculação retrógrada, como por exemplo, diabetes mellitus, cirurgias retroperitoneais, cirurgias no colo vesical, ressecção transuretral da próstata ou lesão medular. Algumas medicações também resultam em ejaculação retrógrada, as mais comuns são os antipsicóticos e alguns antihipertensivos. O diagnóstico é realizado com a pesquisa de espermatozóides na urina após uma ejaculação.
Anorgasmia, há a ejaculação, mas ocorre a ausência da sensação de prazer orgásmico.

Todas essas disfunções podem ser tratadas por um profissional ético e competente, o que é de etiologia orgânica requer um acompanhamento com o urologista e o que compete a fundo emocional, o ideal é a busca por um profissional onde você se sinta a vontade para falar a respeito e trabalhar os conteúdos que o impedem de viver sua sexualidade de forma satisfatória.

Deise Barreto.

Bibliografia:
França, Cassandra Pereira. Disfunções Sexuais. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.

Sexualidade e suas disfunções.


Quando lemos os escritos de Freud sobre a sexualidade muitos acham que não faz sentido em pleno século XXI levar em consideração tais colocações feitas por ele naquela época devido à repressão sexual. No entanto, embora hoje haja uma ‘liberdade sexual’ não deixa de ter repressão e problemas de origem sexuais. “Afinal, estamos na era do prazer, e fica subentendido ser obrigatório, independentemente de quaisquer contingências, terem orgasmos múltiplos e ereções por horas a fio” (França, 2005).

Infelizmente ainda a procura de mulheres e homens para buscarem ajuda diante das dificuldades sexuais são raras.

A autocobrança está demasiada... “É o excesso de sexualização veiculado pela mídia, e recebido passivamente pelos pequenos telespectadores, um dos principais instrumentos capazes de provocar uma excitação difícil de ser dominada e por isso fortemente traumática” (Sigal, 2001).

O homem se encontra fragilizado buscando ir além do que é capaz para provar para si mesmo e para as parceiras uma alta performance por se sentir angustiado ao temer que a amiga, colega ou ‘ficante’, narre seu desempenho para o grupo. Por outro lado as mulheres temem se despir sem que seu corpo esteja de acordo com que a mídia propaga como ideal da mulher gostosa, muitas investem no próprio corpo almejando obter o ideal que vêem nas tais mulheres frutas que fazem sucesso pelas suas formas, falta de celulites ou estrias.

Muitos jovens, sejam homens ou mulheres, acham vergonhoso assumirem que desejam uma relação estável e duradoura, os homens se cobram se não levam a mulher para o motel no primeiro encontro, sendo que muitos desejavam um passeio a um parque ou um cinema com pipoca. Vemos pessoas deixando a espontaneidade de lado, porque não querem ser passar como caretas.

França (2005), em algumas entrevistas realizadas para seu trabalho pôde constatar que a partir dos anos 1950, houve uma cobrança muito grande de desempenho, de orgasmo, principalmente das próprias mulheres, mas, ainda hoje, apesar da sexualidade da mulher brasileira ser muito mais liberal do que a da mulher argentina ou alemã, por exemplo, há um nível muito alto de repressão, desinformação e falta de conhecimento do próprio corpo.

Embora muitos não param para pensar a respeito ainda há muita repressão no que diz respeito ao sexo. Atualmente a vida sexual tem início precocemente, antes mesmo de conhecer o próprio corpo, pulam etapas inclusive na intimidade sexual com o (a) namorado (a). Muitas mulheres desconhecem a diferença entre falta de libido e orgasmo, e tem ainda a dúvida de se realmente obteve o gozo, pois esperam uma ejaculação tal como a que o homem tem.

Cada mulher tem um orgasmo de uma forma, embora seja ainda a minoria que chegam ao mesmo. O desconhecimento do corpo, do que lhe dá prazer acaba impedindo que se obtenha o mesmo no ato sexual. As mulheres funcionam diferentemente dos homens, e hoje em dia vários fatores acabam influenciando no rebaixamento da libido nas mulheres. Tais como:
- Pós-parto (dificuldade da mulher se ver como a mãe que goza);
- Decepções com parceiro;
- Uso de anticoncepcionais;
- Problemas profissionais ou financeiros;
E têm os parceiros com baixa de desejo ou ejaculação precoce, que se sentem envergonhados pela ‘sua impotência’ e acabam evitando contato com a parceira com receio de não satisfazer a mesma e ser tachado como ‘menos homem'.

Muitos homens que acha injusto não ter a certeza de que a parceira esteja excitada, pois a excitação dele é visível e a dela não.
Não mesmo?
Se realmente estiver em sintonia, observar tem sim como perceber se a parceira está lubrificada, está excitada... Falta diálogo.

Os ginecologistas e sexólogos se deparam com mulheres vivenciando: frigidez, anorgasmia, vaginismo e dispareunia. Termos circunvizinhos.
Frigidez: Sinônimo de responsividade sexual falha.
Anorgasmia Feminina: Dificuldade em atingir o orgasmo. Em sua etiologia encontramos frequentemente, as de ordem psicológica, derivada de educação sexual repressora, promovendo associações entre sexo, pecado, nojo e imoralidade.
Vaginismo: Temor ao ato sexual. Fatores etiológicos: educação sexual repressora, formação religiosa severa, homossexualidade feminina, trauma sexual anterior entre outros.
Dispareunia: Na origem grega – má união. Dor durante ou após a penetração vaginal. Fatores psicogênicos: autopunição por repressão educacional ou por relacionamento extraconjugal; conflitos de identidade sexual, quadros fóbicos (fobia de gravidez, dor ou doenças), relacionamento desgastado entre outros.

É necessário que nós profissionais estejamos atentos e tenhamos tato para entrar nessa área que “faz parte da boa educação e bom funcionamento superegóico não especular pelas intimidades alheias” como disse França em seu livro sobre disfunções sexuais.

E as mulheres e homens que passam por essas disfunções buscarem abertura sejam com ginecologista, urologista ou psicólogo, pois anorgasmia, ejaculação precoce e todas as disfunções por fatores psicogênicos, estão associadas à repressão sexual sofrida, desinformação...

Buscar ajuda é o primeiro passo para uma vida sexual mais feliz e satisfeita!

Deise Barreto.

Bibliografia:
França, Cassandra Pereira. Disfunções Sexuais. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.

quinta-feira, agosto 04, 2011

Os Movimentos de Subjetivação nas configurações Familiares Atuais - 26 e 27/08 (Sedes Sapientiae).

Você que se interessa por Psicanálise, conhece Karen Horney?


ARTE EM HUMANOS RECURSOS convida para um encontro singular: a pré-estréia do projeto PARA CONHECER. Nessa ocasião, apresentando KAREN HORNEY, uma protagonista polêmica no mundo da psicanálise.

Poucos ouviram falar das suas contribuições, controvérsias e embates com a teoria Freudiana.

A apresentação caberá aos dois produtores executivos do Projeto "PARA CONHECER", Rubens Riveras Valverde e Heidi R. N. Riveras, professores e psicólogos que viajaram para Europa e Estados Unidos em busca dos locais, documentos, curiosidades e depoimentos para montar um roteiro onde a teoria e a personalidade de cada retratado se misturam, resultando em quadro rico, repleto de possibilidades para a construção de novos pensamentos.

Após a apresentação será aberto um espaço para debate e confraternização.

Imperdível. Faça sua inscrição até dia 15 de agosto.

Equipe AHR
www.arteemhumanosrecursos.com.br

terça-feira, agosto 02, 2011

QUEM É O SEU AMANTE? Por Jorge Bucay


" Muitas pessoas tem um amante e outras gostariam de ter um. Há também as que não tem, e as que tinham e perderam".
Geralmente, são essas últimas que vem ao meu consultório, para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia,
apatia, pessimismo, crises de choro, dores etc.
Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar seu tempo livre.
Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança.
Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme:
"Depressão", além da inevitável receita do anti-depressivo do momento.
Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que não precisam de nenhum anti-depressivo; digo-lhes que precisam de um AMANTE!!!

É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu conselho.

Há as que pensam: "Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas"?!
Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não voltam nunca mais.
Aquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico o seguinte:

"AMANTE" é aquilo que nos "apaixona", é o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono, é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir.

O nosso "AMANTE" é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida.
Às vezes encontramos o nosso "AMANTE" em nosso parceiro, outras,
em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores
paixões e sensações incríveis. Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo predileto....

Enfim, é "alguém!" ou "algo" que nos faz "namorar a vida" e nos afasta do triste destino de "ir levando"!..
E o que é "ir levando"?
Ir levando é ter medo de viver. É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se deixar dominar pela pressão, perambular por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante,
observar decepcionado cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio, com a umidade, com o sol ou com a chuva.
Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se contentar com a incerta e frágil ilusão, de que talvez possamos realizar algo amanhã.

Por favor, não se contente com "ir levando"; procure um amante, seja também um amante e um protagonista DA SUA VIDA!

Acredite: O trágico não é morrer, afinal a morte tem boa memória,
e nunca se esqueceu de ninguém. O trágico é desistir de viver...
Por isso, e sem mais delongas, procure um amante... A psicologia após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:

"PARA ESTAR SATISFEITO, ATIVO E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ, É PRECISO NAMORAR A VIDA".

Jorge Bucay nasceu em Buenos Aires, em 1949. É psiquiatra e psicoterapeuta e exerce a sua profissão na Argentina, no México e em Espanha, dirigindo cursos de psicologia da vida quotidiana bem como grupos de reflexão para empresas e particulares. É autor de nove livros com um grande sucesso de vendas em Espanha e na América Latina, de entre os quais se destacam Deixa-me Que Te Conte, Contos para Pensar, Cartas para Cláudia, Amar de Olhos Abertos e Conta Comigo, todos publicados pela Pergaminho, e que venderam já mais de dois milhões de exemplares em todo o mundo. Quando é confrontado com o enorme sucesso da sua obra, Jorge Bucay responde: «Escrevo apenas livros para pensar.»

quinta-feira, julho 28, 2011

Você sente remorso quando está ‘a toa’?


Se respondeu com um sim a pergunta acima, eis um sinal que merece atenção.

Ultimamente venho ouvindo no dia a dia e também de pacientes no consultório que eles têm pouco tempo para dar conta de muitas coisas.

As mulheres, inclusive, com o fato da maioria atualmente se dividirem entre mãe, esposa e profissional, vive o seu dia pensando em tudo que precisa fazer, o relatório para o chefe, a apresentação dos resultados para a reunião de mais tarde, comparecer a reunião do filho na escola, ao sair de lá buscar a filha no curso de idiomas, passar no mercado para comprar algo para o jantar e ainda deve lembrar-se de cuidar do cabelo e unhas, pois no dia seguinte tem um evento importante!

E se a mulher não é casada, nem mãe, têm aquelas que se dividem em dois empregos, estuda, malha, namora, cuida da família entre outras atividades...

Não que o homem também não se veja ‘atolado’ de tarefas, mas percebo que as mulheres no geral vivem mais estressadas com tudo que precisa dar conta, até porque embora hoje elas estão inseridas no mercado de trabalho e muitas até atingiram o seu objetivo de se ver tratada de ‘igual para igual’, o que seria outra discussão esse tema... Bom, voltando... a mulher tende a se cobrar muito, em provar que da conta, que sabe fazer bem feito tudo que se compromete a fazer e sabemos que acaba fazendo mesmo!

A cobrança maior é de si própria!

Mas, segundo uma pesquisa recente feita pela PUC-Campinas, muita gente tem vivido a síndrome da pressa.

As pessoas desejam que o dia tenha mais horas para poder conseguir concluí-lo com a sensação de missão cumprida. Num post anterior cheguei a discorrer sobre isso... Não será o fato do dia ter 30 horas ao contrário de 24 que fará com que a pressão interna acabe! Pois, quanto mais tempo livre que vir a ter, mais autocobrança fará e logo encontrará mais tarefas para executar.

Na pesquisa da PUC-Campinas foi perceptível que o comportamento existe entre ambos os sexos.

Então caro leitor se você vive ansioso, apressado, termina o dia insatisfeito por não ter feito tudo que pretendia, deita na cama e fica pensando, programando o dia, semana, mês seguinte, logo terá noites, dias conturbados em meio a tanta cobrança, o que acaba influenciando nas necessidades básicas fisiológicas, tais como: boa noite de sono e alimentação equilibrada, também no lazer, descanso e logo sua saúde estará mais afetada!

Se está sem fazer nada no dia de folga e fica com remorso por estar a toa, preste bem a atenção a esse sinal e cuide de ti, que és o bem mais precioso! Sem cuidados, sem descanso, não será possível executar nada de forma eficaz e gratificante!

Pense Nisso!

Deise Barreto.

terça-feira, julho 26, 2011

O que é resistência em Psicanálise? Por Lucas Napoli.

Sigo o blog do Lucas Napoli, adoro os artigos dele e ele foi muito feliz neste sobre resistência. Vale a pena conferir!


Conservo na memória lembranças muito divertidas da minha época de estudante de Psicologia. Uma delas tem a ver precisamente com a noção que tentarei explicar neste texto.

Quando ficou claro para a maior parte de meus colegas que eu escolhera peremptoriamente a teoria psicanalítica como método de compreensão e intervenção nos fenômenos psicológicos, aqueles que haviam feito a opção por outras linhas de trabalho se alegravam de maneira sarcástica em me provocar com a sentença mordaz: “Isso deve ser resistência.”. Subliminarmente, objetivavam com isso dizer que o conceito de resistência era uma espécie de desculpa esfarrapada utilizada pelos analistas para se preservarem quanto à responsabilidade por seus fracassos terapêuticos. Em outras palavras, o argumento de meus colegas era o de que, por exemplo, todas as vezes que um paciente não quisesse continuar um processo analítico, o analista estaria isento de responsabilidade quanto a isso, pois a motivação para a evasão do paciente seria sua resistência ao tratamento. Como eu não tenho nenhum compromisso com a “preservação” da psicanálise – pois eu apenas utilizo o ensino de Freud e dos demais autores; não os cultuo – não procurava defender-me daqueles irônicos ataques. Pelo contrário, a ignorância ressentida de meus colegas me fazia dar boas gargalhadas. De fato, o que eles diziam não era totalmente falso.

Muitos analistas se refugiam no conceito de resistência para se defenderem do reconhecimento das próprias falhas. No entanto, obviamente essa não é a regra. Na maioria das vezes, os analistas fazem uso apropriado do conceito que, como veremos abaixo, serve para caracterizar uma série de eventos em análise que manifesta um fenômeno paradoxal descoberto por Freud.

A resistência como parteira da psicanálise


Apesar de Lacan não ter considerado o conceito de resistência como fundamental – para ele, os quatro conceitos fundamentais da psicanálise eram inconsciente, pulsão, transferência e repetição – Freud dizia que a condição teórica para que alguém pudesse ser reconhecido como psicanalista seria o reconhecimento, no tratamento, da existência dos fenômenos da transferência e da resistência. Por que o pai da psicanálise considerava o discernimento da resistência como elemento necessário para um tratamento genuinamente psicanalítico?

Porque foi o reconhecimento da resistência o pivô da transformação do método catártico em método psicanalítico. O leitor versado na história da psicanálise sabe que Freud utilizou dois métodos terapêuticos antes de inventar a psicanálise: a hipnose e a catarse. Em ambos, o princípio que guiava o trabalho do médico era o mesmo: fazer sair do paciente os venenos psíquicos que estavam na gênese de seus sintomas. Esse procedimento efetivamente funcionou durante algum tempo, mas logo Freud se apercebeu de que ele não era suficiente. Isso aconteceu por uma razão no mínimo paradoxal: os pacientes não queriam por seus venenos para fora!

O aparelho psíquico parecia funcionar de uma maneira distinta do corpo. Enquanto o organismo se esforça para expelir através de vômitos, diarréia e outros sintomas uma substância tóxica ingerida, o psiquismo parecia apresentar uma… resistência a livrar-se de seus conteúdos venenosos. Ao discernir essa curiosa característica do aparelho psíquico, Freud abandona a hipnose e o método catártico, pois percebe que não adiantava forçar a barra e tentar quebrar a resistência brutalmente. Era preciso criar um método capaz de compreender por que há resistência, de modo a “convencer” o aparelho psíquico a renunciar a ela. Nasce, assim, o método psicanalítico.

Por que há resistência?

Aplicando a psicanálise, Freud descobre de fato as razões pelas quais o aparelho psíquico resiste a lançar para fora seus conteúdos tóxicos. Trata-se da descoberta da divisão subjetiva. Diferentemente do organismo, o psiquismo não é uno, não é integral. Pelo contrário, é dividido, fragmentado, de modo que aquilo que em uma esfera psíquica é reconhecido como veneno, em outra é tido como uma saborosa sobremesa. Essa ambivalência e ambigüidade amiúde não são reconhecidas pelo sujeito, pois seus sintomas mantêm tudo numa homeostase doentia. Em outras palavras, o sujeito “conserva” sua inteireza psíquica à custa de sua doença. A ação do psicanalista vai na contramão desse processo. A análise vai levar o paciente à constatação de que seus sintomas são, na verdade, a manifestação patológica, doentia, sofrida de um desejo que não pôde ser reconhecido, que não pôde ser encarado de frente. Em suma, a análise vai levar ao paciente à compreensão de que ele não sabe nem a metade da missa que é; vai levá-lo ao reconhecimento de que é um ser ambíguo, ambivalente, dividido, radicalmente distinto daquele ser inteiro e consciente que acreditava ser. Nesse processo, o analisante vai descobrir coisas não muito agradáveis a respeito de si. Aliás, o próprio fato de constatar o desconhecimento em relação a si mesmo já é profundamente angustiante. A análise o levará ao reconhecimento de pulsões que jamais esperaria encontrar em si, de modo que ele será levado a admitir que os venenos psíquicos dos quais quer se livrar são, na verdade, preciosidades que guarda com muita satisfação…

Pois bem, ninguém se livra de preciosidades sem impor alguma resistência. E não importa se essas preciosidades matam. Todos os toxicômanos estão aí para testemunhar a veracidade dessa afirmação. O analista é aquele ser filho do desejo de Freud que quer trazer essas preciosidades venenosas à luz, tirá-las das caixinhas em que as guardamos. Mas nós não queremos a luz. Temos medo de reconhecer para nós mesmos que somos colecionadores dessas preciosidades. Temos medo do que nós podemos pensar sobre nós mesmos: “O que o meu ego dirá quando eu lhe mostrar essas preciosidades?”

É por esse medo que as guardamos no sótão da alma. É por esse medo que resistimos, medo de experimentar essa angústia de reconhecer que minhas preciosidades não serão reconhecidas como tais por todos os pedaços de mim que me habitam.

Lucas Nápoli é psicanalista, graduado em Psicologia pela Universidade Vale do Rio Doce (Univale) e mestrando do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Blog: http://lucasnapoli.wordpress.com/

segunda-feira, julho 18, 2011

Grupo de Estudo sobre a teoria kleiniana, iniciando pelos princípios básicos da obra de Freud, que fundamentaram as idéias de Melanie Klein.


Início:
05/08/2011 - Horário: sexta-feira das 10h:30 às 11h:30hs
Número de vagas: 05
Informações pelo tel.: 2441-0043 ou 2295-0579
Local: Rua Dr. Epitácio Pessoa, 456-Jd. Sta. Francisca, Guarulhos
Coordenação: Liegem Acioli Gritti. Psicóloga, Psicanalista pelo Instituto Sedes Sapientiae. Especialista em Psicoterapia Psicodinâmica Infantil pelo Instituto Sedes Sapientiae. Especialista em Psicoterapia Psicanalítica pela USP. Mestre em Psicologia da Saúde. Membro fundador do Setting Estudos em Psicanálise.