quarta-feira, novembro 23, 2011

Balanço Anual... Por Deise Barreto.


Quando somos crianças vivemos a magia do natal de forma diferente de quando adulto.

A cidade ganha cor, a vovó, a mamãe montam a árvore de natal e as que permitem a ajuda dos filhos ou sobrinhos, da mais alegria para esse momento tão esperado para tantas crianças.

Quando muito pequenino tem a crença do papai noel, começa a pensar no que pedir e ficam ansiosos na espera da entrega do presente, da realização de um desejo sobre o sapatinho deixado na janela na noite de natal.

Quando um pouco maior, pensa no fim das aulas e nas tão esperadas férias, por passar dias na casa da vovó, da titia ou simplesmente poder brincar mais, dormir mais ou assistir televisão até mais tarde.

Os adolescentes já pensam nas férias, nos presentes, roupas novas e se poderão ver os amigos (as) ou namoradinhos (as) na noite de natal.

E os adultos?

Quando se torna adulto tudo muda não é mesmo?

Já não se encanta com o colorido da cidade com a mesma intensidade das crianças, embora muitos valorizam as luzes de natal, enfeitam a casa, vão as compras, pensam em quem presentear, enfim, vivem o espírito natalino... Mas, na grande maioria do mundo adulto, as pessoas correm, correm para dar conta do aumento de trabalho, procuram deixar tudo em ordem para ter um tão esperado recesso, pensam nas contas de fim de ano e também nas do início do ano que são muitas.

Têm aqueles que ainda buscam fazer tudo que não fez ao longo do ano, tal como dietas, se matricular na academia, estudar mais o idioma, visitar pessoas queridas, enfim, correm contra o tempo!

Muitas pessoas vêem o fim do ano com temor, se preocupam com o ano prestes a começar, nos deparamos com os pessimistas e otimistas!

Uma vez ouvi uma pessoa dizer... "Não gosto das festas de fim de ano, não gosto de ano novo, porque nunca sei o que pode acontecer neste novo ano"!

Mas, se pararmos para analisar não sabemos o que poderá acontecer daqui algumas horas, amanhã, semana que vem... Não é verdade?

Temer o ano novo, é temer a vida!

Para nós do mundo adulto, após as festas de fim de ano, a vida continua, o trabalho nos espera, nossas obrigações também!

Mas, podemos dizer que ao se encerrar um ano, encerra-se um ciclo e dá-se início a outro, com a chegada do novo ano!


Portanto, aproveite esse restinho de ano para fazer um balanço!

Reflita onde errou e acertou no ano de 2011!

O que agregou... O que os desmotivou...
Pense se as metas colocadas no início deste ano foram atingidas.
Faça uma retrospectiva de tudo de bom e de ruim que aconteceu em sua vida, as surpresas boas, as decepções...

E pense no que deseja para o próximo ano.

2012 está aí, novinho em folha para ti!

Com os erros passados podemos buscar mais acertos!
Definir metas e planos de como obter êxito e atingir tudo que almeja!

Em vez de deixar para fazer tudo que não fez em 2011 neste último mês, planeja fazer tudo que está aí pulsando em ti em todo o tempo que tem pela frente!

O ano no calendário irá mudar e você é o único responsável para fazer acontecer!

Imprevistos, obstáculos, decepções, frustrações fazem parte, mas se tem vontade, força, discernimento e otimismo, tudo pode acontecer!

Desde já te desejo um excelente FIM de 2011 e um INÍCIO de 2012 cheio de sonhos, força e determinação para lutar pela realização destes, que haja amor em tudo que você venha a fazer, que dispenda energia e amor perante a família, aos amigos especiais e queridos, na vida profissional, acadêmica, social, em todas as suas relações!

Que tenha saúde o bastante para lutar pelo que quer, manter o foco e viver a vida real que tem altos e baixos, mas que independente do que possa enfrentar tenha sabedoria para lidar!

Boas Festas!!!

terça-feira, novembro 22, 2011

Cada um dá o que tem! Por Deise Barreto.

Hoje ao conversar com uma amiga na hora do almoço ela expunha o quão complicado é conviver com a sogra sob o mesmo teto...

Não é a primeira vez em que ela reclama da postura da sogra. A mesma não ajuda em nada com os afazeres domésticos embora seja saudável e ainda atrapalha, sujando a casa desnecessariamente, não sendo carinhosa com o neto, fumando nos cômodos internos da casa e se a nora lhe dá conselhos em relação à sua alimentação visando seu bem-estar ela reclama com os filhos que a nora a maltrata.

Claro que não deve ser fácil esse tipo de convivência, afinal de contas um casal casados há poucos anos, com bebê, cheios de sonhos e expectativas frente ao que é construir uma família, acabam se frustrando ao ter que dividir esse novo projeto de vida com alguém que não colabora e não tem bom senso.

Mas, cada um dá o que tem!

Essa senhora embora tenha saúde, uma vida pela frente, não vive, ela sobrevive. Ela fuma em demasia, come o que prejudica sua saúde, ou seja, vive uma pulsão de morte, parece que nada lhe agrada ou agrega. Nada a motiva sorrir, viver bem e feliz! Não sabemos as razões que a levou tornar-se assim, nem nos cabe julgarmos ou criticá-la. Mas, penso que ao nos depararmos com situações assim, podemos reverter o quadro, mudando, sendo a mudança que desejamos no outro!

Muitas vezes queremos que o indivíduo se transforme no que desejamos que ele fosse. Que os familiares, amigos, parceiros sejam mais compreensivos, educados, amáveis, mas o que fazemos para obter isso?

Será que se nos tornarmos mais compreensíveis, mais educados, mais amáveis, mais tolerantes não obteremos uma mudança no ambiente em que estamos inseridos?

Isso não significa se tornar passivo, mas mostrar com suas atitudes uma forma melhor de viver e conviver.

Se alguém só consegue resolver um assunto contigo gritando e gesticulando, e você ao contrário conversa olhando nos olhos e falando num tom de voz baixo, o interlocutor automaticamente vai baixando seu tom de voz porque ficará constrangido diante de tamanha discrepância.

Não podemos mudar o mundo, nem ninguém, mas podemos melhorar nossas atitudes e fazer a diferença na relação, seja, qualquer tipo de relação!

quinta-feira, outubro 27, 2011

XXXII JORNADA DE PSICOSSOMÁTICA E PSICOLOGIA HOSPITALAR DA PUC/SP

XXXII JORNADA DE PSICOSSOMÁTICA E PSICOLOGIA HOSPITALAR DA PUC/SP

DESAFIOS PSICOTERAPÊUTICOS EM PSICOSSOMÁTICA

10 NOVEMBRO 2011

8:30 às 17:00h

Local: COGEAE Consolação - PUCSP
Rua da Consolação, n.881, andar térreo – Auditório 2 (em frente ao Mackenzie).
*inscrições gratuitas, somente através de email (jornadapsicossomatica@yahoo.com.br).
*vagas limitadas.
*o encerramento das inscrições será às 24hs do dia 07 nov.
*os certificados serão entregues aos participantes no local do evento.

8.30hs Início do evento - Mesa de apresentação
9 às 10 hs Dr. Sérgio Betarello: Tema: “Doença, saúde e liberdade”
Coordenadora mesa: Drª Ceres Araujo
10 às 11 hrs - Discussão e perguntas.
11 às 12 hs - Dr. Carlos Briganti: Tema: "Psicossomática: uma ponte?"
Coordenadora de mesa: Drª Denise Ramos
12 às 13hrs - Discussão e perguntas
13hs - Intervalo para almoço
14.30hs às 15.30 hs - Dr. Gino Ferri: Tema: “A relação do objeto no tempo e no corpo”
Coordenadora de mesa: Drª Edna Kahhale
15.30 às 16.30hs - Discussão e perguntas.
16.30hrs - Lançamento: “Psicopatologia e o caráter: corpo na psicanálise e a psicanálise no corpo”.

OBS: Para realização da inscrição é necessário enviar:
Nome completo; Email para contato; Instituição de Ensino/Trabalho e Ocupação/Profissão.

Grata,
Comissão Organizadora.

terça-feira, outubro 11, 2011

Fábula: Águia e a Galinha.


Esta é uma história que vem de um pequeno país da África Ocidental, Gana, narrada por um educador popular, James Aggrey, no início deste século, quando se davam os embates pela descolonização.

“Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro, a fim de mantê-lo cativo em casa. Conseguiu pegar um filhote de águia.
Colocou-o no galinheiro junto às galinhas. Cresceu como uma galinha.
Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista.
Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.
- De fato, disse o homem.- É uma águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais águia. É uma galinha como as outras.
- Não, retrucou o naturalista.- Ela é e será sempre uma águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.
- Não, insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e, desafiando-a, disse:
- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!
A águia ficou sentada sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.
O camponês comentou:
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
- Não, tornou a insistir o naturalista. – Ela é uma águia. E uma águia sempre será uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa.
Sussurrou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas, quando a águia viu lá embaixo as galinhas ciscando o chão, pulou e foi parar junto delas.
O camponês sorriu e voltou a carga:
- Eu havia lhe dito, ela virou galinha!
- Não, respondeu firmemente o naturalista. – Ela é águia e possui sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para o alto de uma montanha. O sol estava nascendo e dourava os picos das montanhas.
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!
A águia olhou ao redor. Tremia, como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então, o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, de sorte que seus olhos pudessem se encher de claridade e ganhar as dimensões do vasto horizonte.
Foi quando ela abriu suas potentes asas.
Ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto e voar cada vez mais para o alto.
Voou. E nunca mais retornou.”
Existem pessoas que nos fazem pensar como galinhas. E ainda até pensamos que somos efetivamente galinhas. Porém é preciso ser águia. Abrir as asas e voar. Voar como as águias. E jamais se contentar com os grãos que jogam aos pés para ciscar.

Extraído de artigo publicado pela Folha de São Paulo, por Leonardo Boff, teólogo, escritor e professor de ética da UERJ.


Desejo uma vida de boas mudanças!

Implicações Psicanálise e Sociedade - SEDES SAPIENTIAE


Implicações - Psicanálise e Sociedade
Data: 22/10/2011

Organização: Departamento Formação em Psicanálise

sexta-feira, agosto 26, 2011

27/08 – Dia do Psicólogo ::Parabéns Psicólogos (as)::



*Ser Psicólogo*

Ser psicólogo é uma imensa responsabilidade.
Não apenas isso é também uma notável dádiva.
Desenvolvemos o dom de usar a palavra, o olhar, as expressões e até mesmo o silêncio.
A capacidade de tirar lá de dentro o melhor que temos para cuidar, fortalecer, compreender, aliviar.

Ser psicólogo é um ofício tremendamente sério.
Mas não apenas isso é também um grande privilégio.
Pois não há maior que o de tocar no que há de mais precioso e sagrado em um ser humano: seu segredo, seu medo, suas alegrias, prazeres e inquietações.

Somos psicólogos e trememos diante da constatação de que temos instrumentos capazes de favorecer o bem ou o mal, a construção ou a destruição.
Mas ao lado disso desfrutamos de uma inefável bênção que é poder dar a alguém o toque, a chave que pode abrir portas para a realização de seus mais caros e íntimos sonhos.

Quero, como psicólogo aprender a ouvir sem julgar, ver sem me escandalizar, e sempre acreditar no bem.
Mesmo na contra-esperança, esperar.
E quando falar, ter consciência do peso da minha palavra, do conselho, da minha sinalização.
Que as lágrimas que diante de mim rolarem, pensamentos, declarações e esperanças testemunhadas,sejam segredos que me acompanhem até o fim.

E que eu possa ao final ser agradecido pelo privilégio de ter vivido para ajudar as pessoas a serem mais felizes.
O privilégio de tantas vezes ter sido único na vida de alguém que não
tinha com quem contar para dividir sua solidão, sua angústia, seus desejos.
Alguém que sonhava ser mais feliz, e pôde comigo descobrir que isso só começa quando a gente consegue realmente se conhecer e se aceitar.

...

Parabéns Colegas pelo nosso dia!
Embora as adversidades sejam muitas ainda, não percamos a essência do nosso propósito enquanto profissional da saúde, da psicologia e que tenhamos como idéia fundamental o que o Jung escreveu com simplicidade, mas foi muito feliz nesta citação:
“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”. (Carl Gustav Jung).

segunda-feira, agosto 08, 2011

O homem e suas disfunções sexuais.


Sexualidade Masculina

Em tempos passados as traições masculinas eram vistas como sinal de virilidade. Vivenciando as quatro etapas funcionais: excitação, ereção, penetração e ejaculação.

A partir de 1970 as feministas com suas críticas fizeram os homens reverem seu comportamento. E isso também contribuiu para que as mulheres se tornassem mais exigentes na escolha do parceiro, pois não esperavam apenas um bom desempenho sexual, mas também envolvimento afetivo e sexual, o que a princípio foi muito complicado para eles que tiveram uma educação baseada na questão que homem não chora, homem não demonstra sentimento. Levando a construir uma imagem deles de que estão sempre pronto para a atividade sexual e desconsiderando momentos difíceis e conflitantes dos mesmos.

Isso é nítido diante da escuta clínica, onde muitas mulheres acham inadmissível a falta de vontade do homem quando elas os procuram, pois ainda é muito viva a questão de que a mulher precisa das preliminares para se sintonizar e ceder ao sexo, e os homens não, bastam um beijo para excitá-los. O que em parte é real, mas não podemos deixar de lado, que os homens também têm seus momentos de ansiedade, insegurança e preocupação.

Vale ressaltar que com as mudanças ocorridas no mundo contemporâneo e o homem deixando de ser o único provedor da família, e nem sempre o principal acarretou crises de identidades masculinas segundo cientistas sociais.

Os homens se deparam atualmente com mulheres inteligentes, bem sucedidas, que sabem o que querem e não dependem mais deles. As mulheres hoje os procuram e muitas parecem insaciáveis na cama, o que acaba assustando e os deixando confusos, deixando os com medo de como seu desempenho será avaliado, comparado e/ou até comentado.

Segundo França (2005), “tantos homens perdendo o desejo, enquanto as mulheres demonstram os seus”.

As disfunções sexuais masculinas é um problema que ocorre há anos, e a resistência deles em busca de tratamento continua grande. Desde 1998 com o início da comercialização do famoso ‘Viagra’, acabou contribuindo para a redução da busca por análise. No entanto, isso foi revertido logo, pois os usuários da pílula masculina perceberam que estavam resolvendo os problemas em parte, e negligenciando os problemas psicológicos associados.

As disfunções sexuais masculinas mais frequentes são:
- Disfunção erétil
- Distúrbios da ejaculação (ejaculação precoce, ejaculação retardada, anejaculação e ejaculação retrógrada)
- Anorgasmia

Disfunção erétil, que substituiu o termo impotência sexual. A disfunção erétil pode ser de etiologia orgânica ou psicológica. Os fatores psicológicos mais comuns são: perda da autoestima, problemas de relação conjugal, insegurança em relação ao desempenho sexual, ansiedade, depressão, doenças psiquiátricas e também desconhecimento básicos sobre a sexualidade.
Problemas orgânicos, uso contínuo de tabagismo e alcoolismo também interferem de forma significativa.
Ejaculação precoce, disfunção geralmente de fundo psicológico, onde o homem ejacula antes do desejado e em muitos casos com uma estimulação mínima sexual, antes, durante ou após a penetração vaginal. A ansiedade acaba interferindo muito, hoje a medicina utiliza medicamentos buscando minimizar esse quadro, mas é necessário lidar também com as questões emocionais relacionadas.
O início da vida sexual parece ter muita influência, inclusive quando os adolescentes não têm locais e tempo para a realização da atividade sexual, e precisam fazer as pressas com receio dos pais chegarem ou quando estão em locais inapropriados onde não podem ter maior intimidade e focarem apenas no que estão fazendo naquele momento, deixando de se preocupar com os estímulos externos.
Ejaculação retardada, é um quadro mais raro de acontecer, levando-se em consideração que um coito normal leva em torno de 3 a 20 minutos, na ejaculação retardada o homem pode permanecer de meia hora a duas horas com ereção prolongada sem que consiga ejacular. Ou seja, há uma dificuldade em ejacular durante a atividade sexual.
Muitos autores consideram a ejaculação retardada como um distúrbio do desejo, mas pode estar associado ao uso de maconha e outras drogas, a quadros depressivos, fantasias inconscientes, desejos homossexuais, sentimento de culpa, medo de gravidez, medo de perder a virilidade, ressentimento com a parceira, preocupação com o tamanho do pênis.
Anejaculação, ausência de ejaculação, ocorrem às sensações orgásticas normais, porém sem a expulsão do sêmen. Segundo França (2005) “[...] o sêmen não é produzido, ou quando os canais que conduzem o fluido seminal do testículo estão ocluídos”. Como causas orgânicas podem ter lesões anatômicas congênitas do sistema genito-urinário, as lesões da medula espinhal e as lesões dos gânglios simpáticos lombares.
Ejaculação retrógrada, o sêmen também não é expelido, e sim disparado para dentro da bexiga, e não pela uretra. É resultante da incompetência de fechamento do colo vesical durante a ejaculação. Qualquer condição que altere a inervação simpática do colo vesical pode causar ejaculação retrógrada, como por exemplo, diabetes mellitus, cirurgias retroperitoneais, cirurgias no colo vesical, ressecção transuretral da próstata ou lesão medular. Algumas medicações também resultam em ejaculação retrógrada, as mais comuns são os antipsicóticos e alguns antihipertensivos. O diagnóstico é realizado com a pesquisa de espermatozóides na urina após uma ejaculação.
Anorgasmia, há a ejaculação, mas ocorre a ausência da sensação de prazer orgásmico.

Todas essas disfunções podem ser tratadas por um profissional ético e competente, o que é de etiologia orgânica requer um acompanhamento com o urologista e o que compete a fundo emocional, o ideal é a busca por um profissional onde você se sinta a vontade para falar a respeito e trabalhar os conteúdos que o impedem de viver sua sexualidade de forma satisfatória.

Deise Barreto.

Bibliografia:
França, Cassandra Pereira. Disfunções Sexuais. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.

Sexualidade e suas disfunções.


Quando lemos os escritos de Freud sobre a sexualidade muitos acham que não faz sentido em pleno século XXI levar em consideração tais colocações feitas por ele naquela época devido à repressão sexual. No entanto, embora hoje haja uma ‘liberdade sexual’ não deixa de ter repressão e problemas de origem sexuais. “Afinal, estamos na era do prazer, e fica subentendido ser obrigatório, independentemente de quaisquer contingências, terem orgasmos múltiplos e ereções por horas a fio” (França, 2005).

Infelizmente ainda a procura de mulheres e homens para buscarem ajuda diante das dificuldades sexuais são raras.

A autocobrança está demasiada... “É o excesso de sexualização veiculado pela mídia, e recebido passivamente pelos pequenos telespectadores, um dos principais instrumentos capazes de provocar uma excitação difícil de ser dominada e por isso fortemente traumática” (Sigal, 2001).

O homem se encontra fragilizado buscando ir além do que é capaz para provar para si mesmo e para as parceiras uma alta performance por se sentir angustiado ao temer que a amiga, colega ou ‘ficante’, narre seu desempenho para o grupo. Por outro lado as mulheres temem se despir sem que seu corpo esteja de acordo com que a mídia propaga como ideal da mulher gostosa, muitas investem no próprio corpo almejando obter o ideal que vêem nas tais mulheres frutas que fazem sucesso pelas suas formas, falta de celulites ou estrias.

Muitos jovens, sejam homens ou mulheres, acham vergonhoso assumirem que desejam uma relação estável e duradoura, os homens se cobram se não levam a mulher para o motel no primeiro encontro, sendo que muitos desejavam um passeio a um parque ou um cinema com pipoca. Vemos pessoas deixando a espontaneidade de lado, porque não querem ser passar como caretas.

França (2005), em algumas entrevistas realizadas para seu trabalho pôde constatar que a partir dos anos 1950, houve uma cobrança muito grande de desempenho, de orgasmo, principalmente das próprias mulheres, mas, ainda hoje, apesar da sexualidade da mulher brasileira ser muito mais liberal do que a da mulher argentina ou alemã, por exemplo, há um nível muito alto de repressão, desinformação e falta de conhecimento do próprio corpo.

Embora muitos não param para pensar a respeito ainda há muita repressão no que diz respeito ao sexo. Atualmente a vida sexual tem início precocemente, antes mesmo de conhecer o próprio corpo, pulam etapas inclusive na intimidade sexual com o (a) namorado (a). Muitas mulheres desconhecem a diferença entre falta de libido e orgasmo, e tem ainda a dúvida de se realmente obteve o gozo, pois esperam uma ejaculação tal como a que o homem tem.

Cada mulher tem um orgasmo de uma forma, embora seja ainda a minoria que chegam ao mesmo. O desconhecimento do corpo, do que lhe dá prazer acaba impedindo que se obtenha o mesmo no ato sexual. As mulheres funcionam diferentemente dos homens, e hoje em dia vários fatores acabam influenciando no rebaixamento da libido nas mulheres. Tais como:
- Pós-parto (dificuldade da mulher se ver como a mãe que goza);
- Decepções com parceiro;
- Uso de anticoncepcionais;
- Problemas profissionais ou financeiros;
E têm os parceiros com baixa de desejo ou ejaculação precoce, que se sentem envergonhados pela ‘sua impotência’ e acabam evitando contato com a parceira com receio de não satisfazer a mesma e ser tachado como ‘menos homem'.

Muitos homens que acha injusto não ter a certeza de que a parceira esteja excitada, pois a excitação dele é visível e a dela não.
Não mesmo?
Se realmente estiver em sintonia, observar tem sim como perceber se a parceira está lubrificada, está excitada... Falta diálogo.

Os ginecologistas e sexólogos se deparam com mulheres vivenciando: frigidez, anorgasmia, vaginismo e dispareunia. Termos circunvizinhos.
Frigidez: Sinônimo de responsividade sexual falha.
Anorgasmia Feminina: Dificuldade em atingir o orgasmo. Em sua etiologia encontramos frequentemente, as de ordem psicológica, derivada de educação sexual repressora, promovendo associações entre sexo, pecado, nojo e imoralidade.
Vaginismo: Temor ao ato sexual. Fatores etiológicos: educação sexual repressora, formação religiosa severa, homossexualidade feminina, trauma sexual anterior entre outros.
Dispareunia: Na origem grega – má união. Dor durante ou após a penetração vaginal. Fatores psicogênicos: autopunição por repressão educacional ou por relacionamento extraconjugal; conflitos de identidade sexual, quadros fóbicos (fobia de gravidez, dor ou doenças), relacionamento desgastado entre outros.

É necessário que nós profissionais estejamos atentos e tenhamos tato para entrar nessa área que “faz parte da boa educação e bom funcionamento superegóico não especular pelas intimidades alheias” como disse França em seu livro sobre disfunções sexuais.

E as mulheres e homens que passam por essas disfunções buscarem abertura sejam com ginecologista, urologista ou psicólogo, pois anorgasmia, ejaculação precoce e todas as disfunções por fatores psicogênicos, estão associadas à repressão sexual sofrida, desinformação...

Buscar ajuda é o primeiro passo para uma vida sexual mais feliz e satisfeita!

Deise Barreto.

Bibliografia:
França, Cassandra Pereira. Disfunções Sexuais. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.